São Paulo, domingo, 03 de julho de 2011

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Diretor defende liberdades de "Kennedys"

Jon Cassar, de "24 Horas", afirma que fez o necessário para contar boa história na minissérie que estreia hoje

Rejeitado por vários canais nos Estados Unidos, programa foi acusado de conter imprecisões históricas

DE SÃO PAULO

Toda família tem seus conflitos, mas, em se tratando dos Kennedys, eles são elevados à enésima potência.
Pelo menos, assim faz parecer a minissérie "Os Kennedys", que estreia hoje.
A produção segue os passos de John Kennedy (Greg Kinnear) -Jack para os íntimos- da infância, quando viveu à sombra do irmão, passando pela eleição para presidente, até o assassinato.
A política, contudo, é só o pano de fundo para a saga. "Queríamos encontrar um lado sobre o qual ninguém tivesse falado", justifica o diretor Jon Cassar ("24 Horas").
"Tudo o que contaram sobre eles trata de problemas políticos e escândalos. O desafio foi humanizá-los. Tentamos deixar o mito de lado e trazer de volta o homem." Assim, se sucedem na tela problemas de saúde, inseguranças e infidelidades, que minam a relação com a mulher, Jackie (Katie Holmes).
O pai do presidente, Joe (Tom Wilkinson), ecoa "O Poderoso Chefão" (1972). É a eminência parda por trás das decisões dele e do irmão, Bobby (Barry Pepper).
Como o critério de escolha dos atores não foi a semelhança, maquiagem, perucas e até um nariz postiço, no caso de Bobby, foram usados.
Para se preparar, eles usaram biografias, imagens e áudios dos Kennedys de verdade.

INTERFERÊNCIA
Mesmo com investimento estimado em US$ 25 milhões (R$ 39 mi), as críticas começaram antes das filmagens.
Historiadores tentaram vetar a série por achar que mancharia a imagem de John. "Isso foi decepcionante, porque não tenho posição política [sobre os fatos]", rebate.
Segundo ele, a minissérie foi "vítima do pensamento político americano atual".
"Tudo agora está polarizado, é tudo muito à direita ou muito à esquerda", explica.
O diretor contratou Robert Dallek e Steven M. Gillon, autores de livros sobre John. Porém, segundo o "New York Times", eles ficaram incomodados com dados não confirmados, como um suposto caso com Marilyn Monroe.
"As histórias foram tiradas de livros que estão nas bibliotecas americanas", defende Cassar. Mas admite: "Ninguém conta boas histórias sem algumas liberdades".
Mesmo assim, o History Channel decidiu não exibir a série nos EUA. Na época, houve rumores de pressão da família. Ele descarta isso.
"Não tinha nada de tão controverso e não há provas.
É tudo conjectura." Apesar de procurados, nenhum Kennedy se envolveu no projeto.
Após ser rejeitado por outras emissoras, o canal pago Reelz exibiu a série e teve a maior audiência de sua história na estreia, mas o público caiu consideravelmente no capítulo seguinte.
No Brasil, não houve problema, tanto que a minissérie irá ao ar em três canais do grupo.(VITOR MORENO)



NA TV
Os Kennedys
Estreia da minissérie
QUANDO hoje, às 21h, no A&E; amanhã, às 22h, no History; e terça, às 17h, no Biography
CLASSIFICAÇÃO não informada



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