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O escritor, que tinha 78 anos, será enterrado na segunda-feira
Morre Mario Puzo, o criador de "O Poderoso Chefão"
da Reportagem local
O escritor norte-americano
Mario Puzo, criador de "O Poderoso Chefão", morreu ontem de
insuficiência cardíaca em sua casa em Long Island (EUA) e será
enterrado na segunda-feira. Tinha 78 anos.
Puzo havia acabado de escrever seu último romance, "Omertá", com publicação prevista para julho do próximo ano.
As negociações para o que poderá ser o quarto episódio de "O
Poderoso Chefão", com Leonardo DiCaprio e Andy Garcia como protagonistas e direção de
Francis Ford Coppola, ainda estão indefinidas.
Nascido em Nova York, em
1920, em uma família de imigrantes italianos que foi abandonada pelo pai quando o futuro
escritor tinha 12 anos, Mario Puzo e seus seis irmãos foram criados pela mãe em uma favela de
Manhattan conhecida como
"Cozinha do Inferno" ("Hell"s
Kitchen").
Puzo começou sua carreira escrevendo para revistas, após servir no exército norte-americano
na Segunda Guerra Mundial.
Em 55, publicou seu primeiro
romance, "The Dark Arena".
Embora com sucesso de crítica
e considerado por ele como sua
melhor obra, o livro seguinte,
"The Fortunate Pilgrim" (publicado no Brasil como "O Imigrante Feliz"), também não alcançaria o grande público.
Foi em 65, pobre e com cinco
filhos para criar, que Puzo resolveu escrever um livro que lhe
rendesse algum dinheiro - o
que logrou rapidamente com a
saga da família de mafiosos de
sobrenome Corleone.
"O Poderoso Chefão" chegou
às listas dos mais vendidos pouco depois de lançado e consolidou sua carreira. Puzo tinha 45
anos e desde então sua conta
bancária não parou de crescer.
O livro vendeu mais de 21 milhões de exemplares em todo o
mundo antes de chegar ao cinema pelas mãos de Francis Ford
Coppola. Marlon Brando, Al Pacino e Robert de Niro deram vida aos personagens na tela.
Os três filmes da série, todos
dirigidos por Coppola, renderam várias indicações ao Oscar e
nove premiações - inclusive as
de melhor filme em 72 e em 74
para o primeiro e o segundo episódios. O terceiro viria em 1990.
As adaptações foram feitas a
duas mãos, por Coppola e pelo
próprio Puzo, que também colaborou nos roteiros de outros filmes de sucesso, como os dois
"Superman", "Terremoto", "O
Siciliano" (também a partir de
livro seu) e "Cotton Club".
Sempre, segundo ele, por dinheiro. "Tive bons momentos
em Hollywood. Ganhei um
monte de dinheiro lá", disse há
três anos. Puzo passou 20 anos
sem falar com a imprensa e só se
decidiu a dar entrevistas quando
descobriu que "o marketing se
tornou mais e mais importante
na hora de vender livros".
"Omertá", o livro que deixa
inédito, também trata de uma
família mafiosa -o título faz referência à palavra italiana utilizada pela máfia para denominar
seu código de silêncio.
O escritor deixa cinco filhos,
nove netos e a viúva, Carol Gino,
sua companheira por 20 anos.
Sua primeira mulher, Erika,
morreu em 78.
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