São Paulo, segunda-feira, 03 de agosto de 2009

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TELEVISÃO

Crítica

Nicholas Ray usa deficiência como uma metáfora da vida

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Lá está a escória da escória: um advogado de gângsters, uma prostituta de luxo. Cada um a seu modo são personagens relevantes no submundo, mas são desclassificados.
O advogado Robert Taylor sabe que poderia ser outra coisa. Mas, em vista de uma amizade de infância, acabou prisioneiro de Rico (Lee J. Cobb), o chefe da gangue. Não apenas da amizade. Ele é fisicamente afetado por um defeito na perna.
Aí começa a ironia da história, pois o manco encontra Cyd Charisse, famosa pelas pernas mais que perfeitas. Ela é "A Bela do Bas-Fond" (TCM, 17h45; classificação não informada), no belo filme de Nicholas Ray. É ela quem porá de pé o advogado, lembrando-o de que o claudicar, mais do que um problema físico, é uma metáfora.
A beleza das imagens supera, aqui, o ideário tipo "o amor salva" e põe em relevo aspectos morais da existência.


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