São Paulo, quarta-feira, 03 de agosto de 2011

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SP ouve Angelika Kirchschlager hoje

Destacada mezzo-soprano austríaca canta obras de Händel e Schubert acompanhada por orquestra de cordas

Agenda da intérprete prevê participação em ópera de Weill e Brecht em Viena e turnê com cantor popular alemão

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Uma das mais destacadas mezzo-sopranos da atualidade, a austríaca Angelika Kirchschlager, 45, canta árias e canções hoje, na Sala São Paulo, acompanhada pela Camerata Bern, orquestra de cordas suíça dirigida pela violinista Antje Weithaas.
Integrante da série do Mozarteum Brasileiro, a apresentação traz, na primeira parte, a escrita ornamentada do barroco Georg Friedrich Händel (1685-1759), com árias das óperas "Giulio Cesare" e "Berenice", bem como do oratório "Theodora".
A segunda parte é dominada pelo "lied" --a canção romântica alemã. Kirchschlager canta sete obras do gênero, todas do vienense Franz Schubert (1797-1828), destacando obras-primas com versos de Wolfgang von Goethe (1749-1832), como "Rastlose Liebe" e "Der Erlkönig". Trata-se do tipo de repertório ao qual a cantora vem se dedicando mais recentemente. "Fiz muita ópera nos últimos 20 anos, mas, agora, quero passar mais tempo em casa e estou me focando em concertos", diz.
"Quero acalmar a vida, e a rotina de ópera é muito dramática, cheia de viagens, ensaios etc."
Não que com essa "desaceleração" signifique agenda menos cheia, ou deixar de se apresentar em lugares consagrados. No mês passado, ela podia ser vista ao vivo, pela internet, cantando o oratório "Elias", de Mendelssohn, no Festival de Verbier, na Suíça.

CURIOSIDADE
Compromissos futuros incluem, neste mês, canções no Festival de Edimburgo (Escócia) e, em janeiro, na Staatsoper de Viena, o papel de Jenny Hill na ópera "Ascensão e Queda da Cidade de Mahagonny", de Kurt Weill e Bertolt Brecht.
"Depois de anos nesse negócio, só faço aquilo que me dá curiosidade", conta. Isso inclui, em 2013, uma turnê com Konstantin Wecker, 64, uma espécie de Chico Buarque alemão --cancionista, ator, escritor e ativista político de esquerda.
"Sou fã de Wecker desde os 15 anos e vai ser difícil sobreviver no palco ao lado de uma personalidade daquelas", diz. "Vamos tentar fazer uma ponte entre as suas canções e as minhas --ele vai cantar Schubert."
Movimentada, a atividade fonográfica recente incluiu a gravação de CDs dedicados a canções de Liszt pelo selo Hyperion, bem como a ópera "The Rape of Lucretia", de Britten, para a EMI, com regência de Oliver Knussen.
O segredo para gravar em uma época em que se fala de crise da indústria do disco? "Não faço isso por dinheiro, faço por prazer", afirma.

ANGELIKA KIRCHSCHLAGER
QUANDO hoje, às 21h
ONDE Sala São Paulo (pça. Júlio Prestes, s/no, tel. 0/xx/11/3223-3966)
QUANTO R$ 80 a R$ 220


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