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Direitos humanos viram peça
de teatro de bonecos no RS
LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre
Um relatório parlamentar sobre
violações aos direitos humanos
servirá de argumento para uma
peça teatral de bonecos no Rio
Grande do Sul.
O documento é o "Relatório
Azul", divulgado anualmente pela Comissão de Direitos Humanos
da Assembléia Legislativa gaúcha.
O grupo de teatro que executará o
projeto é o gaúcho Julieta e os Metabonecos, que recentemente encerrou temporada em Belo Horizonte com a peça "Maria Farrar", de Bertolt Brecht.
A expectativa é de que a peça,
cujo título será "Rapsódia Azul",
entre em cartaz até dezembro,
sendo apresentada em teatros, escolas, fábricas e bairros.
O conteúdo da peça será dividido em sete capítulos temáticos
(infância, saúde, trabalho, velhice,
cidadania, discriminações e encarcerados), segundo o diretor e
ator Júlio Saraiva.
"Não seremos panfletários.
Nosso objetivo é provocar o debate", disse Saraiva. "Queremos
mostrar a realidade, e o relatório é
muito rico. Pretendemos retratar
a brutalidade do cotidiano", afirmou a atriz Ana Tereza Pereira
Neto.
O Relatório Azul é composto de
516 páginas e traz depoimentos de
autoridades no setor de direitos
humanos.
O presidente da Anistia Internacional no Brasil, Ricardo Brisolla
Balestreri, diz que "o Relatório
Azul vem nos dar uma triste notícia: a de que não somos civilizados".
"Para nós, não deixa de ser motivo de orgulho que muitos daqueles a quem se atribui facilmente a
condição de objetos, quando não
a de seres desprezíveis, tenham
encontrado no relatório motivos
de esperança", disse o presidente
da Comissão de Direitos Humanos do Legislativo gaúcho, Marcos
Rolim (PT).
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