São Paulo, sexta-feira, 03 de setembro de 2010

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CRÍTICA TERROR

Terror moderno, "Rec 2" não passa de assalto aos sentidos

ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA

"A Bruxa de Blair" continua dando frutos. Lançado em 1999, está longe de ser um grande filme, mas sua influência é inegável. O filme reciclou para a geração "camcorder" o truque do falso documentário, criado nos anos 1960 por obras como "Mondo Cane" (1962).
A fórmula era simples: "reality TV" misturada com cinema de horror. Vários filmes atuais, como "Atividade Paranormal" e "Cloverfield-Monstro", usam o artifício da imagem "real". Como se o espectador fosse tão bombardeado de imagens que a ficção não bastasse. De todos os filhos de "A Bruxa de Blair", o espanhol "Rec" (2007) ("Rec" do botão "gravar" de uma câmera, claro), foi um dos mais inventivos. Foi refilmado nos Estados Unidos, com o nome de "Quarentena".
Como todo sucesso, tem agora uma continuação: "Rec 2 - Possuídos". O filme começa 15 minutos depois do fim do primeiro.
Uma equipe da SWAT espanhola é enviada a um prédio com o objetivo de investigar um vírus mortal. É aqui que o filme tenta se diferenciar da competição: adicionando à panela o tema da possessão demoníaca. É "A Bruxa de Blair" encontra "O Exorcista".
Como filme de gênero, "Rec 2 - Possuídos" não inova. Monstros continuam a aparecer de supetão. Os diretores Paco Plaza e Jaume Balagueró preferem chocar o público a construir um clima de suspense.
Tudo é frenético: as imagens são propositalmente tremidas e mal enquadradas, realçando a impressão de documentário; os cenários escuros tornam a experiência ainda mais claustrofóbica. Como a maioria dos filmes de terror modernos, "Rec 2 -Possuídos" se limita a ser um assalto aos sentidos. Será este o destino do cinema de horror? Chama o exorcista!


REC 2 - POSSUÍDOS

DIREÇÃO Paco Plaza e Jaume Balagueró
PRODUÇÃO Espanha/2009
COM Jonathan Mellor, Óscar Zafra
ONDE Espaço Unibanco Pompeia, Metrô Itaquera e circuito
AVALIAÇÃO regular




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