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CRÍTICA TERROR
Terror moderno, "Rec 2" não passa de assalto aos sentidos
ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA
"A Bruxa de Blair" continua dando frutos. Lançado
em 1999, está longe de ser um
grande filme, mas sua influência é inegável.
O filme reciclou para a geração "camcorder" o truque
do falso documentário, criado nos anos 1960 por obras
como "Mondo Cane" (1962).
A fórmula era simples:
"reality TV" misturada com
cinema de horror. Vários filmes atuais, como "Atividade
Paranormal" e "Cloverfield-Monstro", usam o artifício da
imagem "real". Como se o espectador fosse tão bombardeado de imagens que a ficção não bastasse.
De todos os filhos de "A
Bruxa de Blair", o espanhol
"Rec" (2007) ("Rec" do botão
"gravar" de uma câmera, claro), foi um dos mais inventivos. Foi refilmado nos Estados Unidos, com o nome de
"Quarentena".
Como todo sucesso, tem
agora uma continuação:
"Rec 2 - Possuídos". O filme
começa 15 minutos depois do
fim do primeiro.
Uma equipe da SWAT espanhola é enviada a um prédio com o objetivo de investigar um vírus mortal.
É aqui que o filme tenta se
diferenciar da competição:
adicionando à panela o tema
da possessão demoníaca. É
"A Bruxa de Blair" encontra
"O Exorcista".
Como filme de gênero,
"Rec 2 - Possuídos" não inova. Monstros continuam a
aparecer de supetão. Os diretores Paco Plaza e Jaume Balagueró preferem chocar o
público a construir um clima
de suspense.
Tudo é frenético: as imagens são propositalmente
tremidas e mal enquadradas,
realçando a impressão de documentário; os cenários escuros tornam a experiência
ainda mais claustrofóbica.
Como a maioria dos filmes
de terror modernos, "Rec 2
-Possuídos" se limita a ser
um assalto aos sentidos. Será
este o destino do cinema de
horror? Chama o exorcista!
REC 2 - POSSUÍDOS
DIREÇÃO Paco Plaza e Jaume
Balagueró
PRODUÇÃO Espanha/2009
COM Jonathan Mellor, Óscar Zafra
ONDE Espaço Unibanco Pompeia,
Metrô Itaquera e circuito
AVALIAÇÃO regular
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