São Paulo, sexta, 3 de outubro de 1997.




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Enterro seria às 16h de ontem no Cemitério da Paz, no Morumbi
Thales Pan Chacon morre aos 41 em decorrência da Aids

da Reportagem Local

O ator Thales Pan Chacon morreu às 4h05 de ontem, aos 41 anos, de parada respiratória em decorrência da Aids, na sua casa em Higienópolis (região central de São Paulo).
Segundo a irmã do ator, Silvia Pan Chacon Liberman, ele era portador do vírus HIV havia dez anos. "O Thales tinha Aids havia pouco mais de dez anos. Nos últimos sete, oito meses, ele piorou. É isso", disse.
O corpo chegou ao Cemitério da Paz, no Morumbi (zona sudoeste de SP), às 7h45, para o velório. O enterro estava previsto para as 16h de ontem.
Pan Chacon não foi levado para o hospital por decisão da família. "A gente queria intimidade. Ele era alguém que preservava muito sua privacidade. Achava que seus problemas diziam respeito à pessoa, não ao ator", afirmou.
A última participação de Pan Chacon em novelas foi em "Os Ossos do Barão", do SBT, exibida até o início de setembro. Ele interpretava o advogado Otávio, filho do banqueiro Cândido (Rubens de Falco)
Segundo assessores da emissora, as gravações de suas cenas na novela -que aconteceram até abril de 97- precisavam ser interrompidas constantemente para que ele pudesse descansar.
Em novembro de 93, o ator ficou cerca de 15 dias internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital Oswaldo Cruz, em São Paulo, por causa de uma pneumonia. Na época, ele fazia parte do elenco da novela "Olho por Olho", da Rede Globo.
Atualmente, Pan Chacon trabalhava na montagem para teatro de "Livro do Desassossego", de Fernando Pessoa. "Ele já estava ensaiando. Até que começou a ficar mal e teve que parar tudo", afirmou Silvia.
Este ano, o ator também participou do filme "La Serva Padrona", baseada na ópera bufa de Giovanni Pergolesi (1710-1736), com direção de Carla Camurati, sua ex-mulher. No filme -que ainda não estreou-, Chacon interpreta um mudo.
Carreira
O ator começou sua carreira no início dos anos 80, com um papel no musical "A Chorus Line", em que contracenava com Cláudia Raia.
Conheceu a atriz e cineasta Carla Camurati, que viria a ser sua mulher, durante a montagem de "Drácula", no teatro Procópio Ferreira.
No cinema, teve seu papel de maior destaque em "Eu Sei que Vou Te Amar", filme de Arnaldo Jabor, com Fernanda Torres.
Na Rede Globo, participou ainda das novelas "Fera Radical", de 88, e "Meu Bem Meu Mal", de 91.



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