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CRÍTICA FAROESTE
Obra-prima de John Ford avalia mudança histórica na América
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Às vezes um filme resume a complexidade dessa arte. "O Homem que Matou o Facínora" (TC Cult, 14h15, 12 anos) está nesse caso: é uma obra-prima de John Ford.
Lá está James Stewart, senador, o homem que venceu o mau Lee Marvin. Daí para a política foi um pulo. Mas terá sido ele o autor do disparo?
Eis tudo aí: o que vemos, o que não vemos e o que pensamos que vemos. Ford mostra tudo. Embora alguém diga "imprima-se a lenda", não é isso que está no filme.
Estão a passagem da América das diligências para a dos trens; a dos pistoleiros para a dos advogados; a das vilas para a das cidades: uma aula de cinema e história.
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