São Paulo, domingo, 03 de outubro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Séries nacionais miram público jovem

Sete produções estreiam até o primeiro semestre do ano que vem tentando reaproximar os adolescentes da TV

"Bicicleta e Melancia" é a primeira a entrar no ar, em 25 de outubro; TV pública gasta R$ 7,8 milhões em três seriados

LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
DE SÃO PAULO

Intenso, inconstante, arisco, mutante, impaciente e imediatista. São adjetivos com que produtores audiovisuais descrevem o jovem.
Em busca dessa segmentada audiência, que hoje se vê afastada da TV, emissoras lançam até o primeiro semestre do ano que vem sete novas produções nacionais.
"Séries para essa fatia do mercado estão proliferando no mundo. É um público que precisa ser mais procurado aqui no Brasil", diz Hélio Vargas, diretor artístico da Bandeirantes, coprodutora de "Julie e os Fantasmas".
A série, com orçamento de R$ 5 milhões, é a primeira incursão do canal no formato.
João Daniel Tikhomiroff, presidente da Mixer e produtor de "Julie", acha que "jovem não está distante da televisão, mas busca ali algo que converse com seu dia a dia".
Já em "Brilhante Futebol Clube", a produtora viajou até Santa Rita do Sapucaí, no interior de Minas Gerais, para tentar uma abordagem mais natural dos adolescentes fora da cidade grande.
"O jovem acaba migrando para o conteúdo adulto porque acha infantil muito do que é produzido para a idade dele. A TV carece de um papo reto com o jovem", comenta o diretor Kiko Ribeiro.
O programa recebeu R$ 2,6 milhões do Ministério da Cultura em um edital que escolheu três séries voltadas para as classes de baixa renda.
As outras selecionadas foram "Natália", de André Alberto Pellenz, e "Vida de Estagiário", de Vitor Brandt. Todas ficam prontas até 30 de dezembro e estreiam na TV Brasil em 2011.

COMÉDIA MALUCA
Brandt criou episódios baseados nas tirinhas de Allan Sieber. "As paródias e referências pop tratam de várias coisas do universo jovem. Sendo uma comédia absurda, nada fica deslocado."
Para Mauro Garcia, da TV Cultura, as redes abertas trabalham mal esse público. "É nosso calcanhar de Aquiles. Não há oferta. A TV está atrasada no acompanhamento de temas que os interessam."
"Malhação" estreou a 15ª temporada em agosto com 16 pontos no Ibope (cada ponto equivale a 60 mil domicílios ligados na Grande SP).
É um índice considerado baixo pela Globo, mas que o diretor Ricardo Waddington explica com a entrada mais cedo do programa no ar em virtude do horário eleitoral.
Mas ele defende que não é um programa para jovem. "Nosso foco está em falar com o maior número de pessoas possível. Se fossem só adolescentes, não passaria de dez pontos no Ibope."
Já a MTV buscou outra estrutura ao lançar "Descolados", no ano passado. O segundo ano da série está em fase de captação de recursos.
"Como pensamos no jovem especificamente, menos gente vai ver, temos de nos conformar. Mas podemos ousar mais", diz a diretora de programação Cris Lobo.
"O sucesso de "Crepúsculo" mostra o quanto essa faixa está ávida por produtos."
Mas criar uma franquia tão bem-sucedida quanto a saga dos vampiros de Stephenie Meyer não é tarefa simples.


Texto Anterior: Raio-X Bárbara Paz
Próximo Texto: Frase
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.