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Séries nacionais miram público jovem
Sete produções estreiam até o primeiro semestre do ano que vem tentando reaproximar os adolescentes da TV
"Bicicleta e Melancia" é a primeira a entrar no ar, em 25 de outubro; TV pública gasta R$ 7,8 milhões em três seriados
LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
DE SÃO PAULO
Intenso, inconstante, arisco, mutante, impaciente e
imediatista. São adjetivos
com que produtores audiovisuais descrevem o jovem.
Em busca dessa segmentada audiência, que hoje se vê
afastada da TV, emissoras
lançam até o primeiro semestre do ano que vem sete novas produções nacionais.
"Séries para essa fatia do
mercado estão proliferando
no mundo. É um público que
precisa ser mais procurado
aqui no Brasil", diz Hélio
Vargas, diretor artístico da
Bandeirantes, coprodutora
de "Julie e os Fantasmas".
A série, com orçamento de
R$ 5 milhões, é a primeira incursão do canal no formato.
João Daniel Tikhomiroff,
presidente da Mixer e produtor de "Julie", acha que "jovem não está distante da televisão, mas busca ali algo que
converse com seu dia a dia".
Já em "Brilhante Futebol
Clube", a produtora viajou
até Santa Rita do Sapucaí, no
interior de Minas Gerais, para tentar uma abordagem
mais natural dos adolescentes fora da cidade grande.
"O jovem acaba migrando
para o conteúdo adulto porque acha infantil muito do
que é produzido para a idade
dele. A TV carece de um papo
reto com o jovem", comenta
o diretor Kiko Ribeiro.
O programa recebeu R$ 2,6
milhões do Ministério da Cultura em um edital que escolheu três séries voltadas para
as classes de baixa renda.
As outras selecionadas foram "Natália", de André Alberto Pellenz, e "Vida de Estagiário", de Vitor Brandt.
Todas ficam prontas até 30
de dezembro e estreiam na
TV Brasil em 2011.
COMÉDIA MALUCA
Brandt criou episódios baseados nas tirinhas de Allan
Sieber. "As paródias e referências pop tratam de várias
coisas do universo jovem.
Sendo uma comédia absurda, nada fica deslocado."
Para Mauro Garcia, da TV
Cultura, as redes abertas trabalham mal esse público. "É
nosso calcanhar de Aquiles.
Não há oferta. A TV está atrasada no acompanhamento
de temas que os interessam."
"Malhação" estreou a 15ª
temporada em agosto com 16
pontos no Ibope (cada ponto
equivale a 60 mil domicílios
ligados na Grande SP).
É um índice considerado
baixo pela Globo, mas que o
diretor Ricardo Waddington
explica com a entrada mais
cedo do programa no ar em
virtude do horário eleitoral.
Mas ele defende que não é
um programa para jovem.
"Nosso foco está em falar
com o maior número de pessoas possível. Se fossem só
adolescentes, não passaria
de dez pontos no Ibope."
Já a MTV buscou outra estrutura ao lançar "Descolados", no ano passado. O segundo ano da série está em
fase de captação de recursos.
"Como pensamos no jovem especificamente, menos
gente vai ver, temos de nos
conformar. Mas podemos ousar mais", diz a diretora de
programação Cris Lobo.
"O sucesso de "Crepúsculo" mostra o quanto essa faixa
está ávida por produtos."
Mas criar uma franquia tão
bem-sucedida quanto a saga
dos vampiros de Stephenie
Meyer não é tarefa simples.
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