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Sindicato dos roteiristas dos EUA anuncia greve
Categoria pode deixar de escrever textos para seriados e filmes a partir desta segunda-feira por tempo indeterminado e exige revisão de contrato com produtoras
Caso se concretize a greve, os primeiros prejudicados devem ser os programas de entrevista, como o "Late Show", de David Letterman
DENYSE GODOY
DE NOVA YORK
Depois de quatro meses de
negociações infrutíferas com
os estúdios de cinema de Hollywood e as redes de TV, o Writers Guild of America (sindicato dos roteiristas dos Estados
Unidos) anunciou no final da
tarde de ontem, em Los Angeles, que entrará em greve a partir de segunda-feira se até domingo não houver um acordo.
Após 3.000 membros do sindicato aprovarem o indicativo
de greve na quinta-feira à noite,
o órgão que representa produtoras e redes de televisão comentou não ficar surpreso com
a decisão. O contrato existente
entre as duas partes venceu na
última quarta-feira. "Estamos
prontos para uma reunião para
fechar um novo contrato neste
final de semana", disse Nick
Counter, presidente do grupo.
Os cerca de 12 mil roteiristas
do sindicato pleiteiam maior
participação nos lucros das
vendas de filmes e seriados em
DVD e na internet. Os estúdios
dizem que a reivindicação poderia prejudicar o crescimento
de produção em um momento
de custos já altos, pouco lucro e
competição com a pirataria.
Os trabalhadores argumentam que o mercado digital cresce e que é hora de os roteiristas
desfrutarem desse avanço.
Caso se concretize a greve, os
primeiros prejudicados devem
ser os programas de entrevista
da noite, como o "Late Show",
de David Letterman -os textos
são montados no dia, a partir
dos fatos mais frescos.
Já no caso dos filmes, há dezenas de roteiros prontos nas
gavetas dos estúdios à espera
de serem produzidos. Os seriados também têm capítulos escritos com antecedência, o que
lhes dá meses de tranqüilidade.
A última paralisação da categoria aconteceu em 1988 e durou 22 semanas, o que custou à
indústria cerca de US$ 500 milhões. "Pedimos que os estúdios voltem à mesa e façam
ofertas justas", disse Michael
Winship, um dos dirigentes da
entidade.
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