São Paulo, sábado, 03 de novembro de 2007

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Sindicato dos roteiristas dos EUA anuncia greve

Categoria pode deixar de escrever textos para seriados e filmes a partir desta segunda-feira por tempo indeterminado e exige revisão de contrato com produtoras

Caso se concretize a greve, os primeiros prejudicados devem ser os programas de entrevista, como o "Late Show", de David Letterman

DENYSE GODOY
DE NOVA YORK

Depois de quatro meses de negociações infrutíferas com os estúdios de cinema de Hollywood e as redes de TV, o Writers Guild of America (sindicato dos roteiristas dos Estados Unidos) anunciou no final da tarde de ontem, em Los Angeles, que entrará em greve a partir de segunda-feira se até domingo não houver um acordo.
Após 3.000 membros do sindicato aprovarem o indicativo de greve na quinta-feira à noite, o órgão que representa produtoras e redes de televisão comentou não ficar surpreso com a decisão. O contrato existente entre as duas partes venceu na última quarta-feira. "Estamos prontos para uma reunião para fechar um novo contrato neste final de semana", disse Nick Counter, presidente do grupo.
Os cerca de 12 mil roteiristas do sindicato pleiteiam maior participação nos lucros das vendas de filmes e seriados em DVD e na internet. Os estúdios dizem que a reivindicação poderia prejudicar o crescimento de produção em um momento de custos já altos, pouco lucro e competição com a pirataria.
Os trabalhadores argumentam que o mercado digital cresce e que é hora de os roteiristas desfrutarem desse avanço.
Caso se concretize a greve, os primeiros prejudicados devem ser os programas de entrevista da noite, como o "Late Show", de David Letterman -os textos são montados no dia, a partir dos fatos mais frescos.
Já no caso dos filmes, há dezenas de roteiros prontos nas gavetas dos estúdios à espera de serem produzidos. Os seriados também têm capítulos escritos com antecedência, o que lhes dá meses de tranqüilidade.
A última paralisação da categoria aconteceu em 1988 e durou 22 semanas, o que custou à indústria cerca de US$ 500 milhões. "Pedimos que os estúdios voltem à mesa e façam ofertas justas", disse Michael Winship, um dos dirigentes da entidade.


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