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Michael Bublé faz show de R$ 1.000
Concertos do
canadense têm
convites mais
caros que os de
tour da Madonna
Cantor romântico já vendeu mais de 10 milhões de discos e, no Brasil, teve músicas suas
usadas em cinco novelas da Rede Globo
AUDREY FURLANETO
DA REPORTAGEM LOCAL
Michael Bublé está sentado
sozinho ao pé de uma cama de
casal vazia. Camisa preta e cabelo levemente bagunçado, repete o refrão "Cause you are
not alone" [porque você não está sozinho] e leva as mãos juntas ao rosto com ares de galã sofrido. É assim que ele apresenta
num videoclipe a balada romântica "Lost", do terceiro e
mais recente disco, "Call Me Irresponsible", o mesmo que o levou ao primeiro lugar nas paradas norte-americanas e que o
traz agora ao Brasil para três
shows -que não poderão ser
vistos sem que o espectador desembolse menos de R$ 300.
Seus convites são mais caros
que os de Madonna, que já não
têm preços tão, digamos, modestos (de R$ 160 a R$ 600, em
São Paulo; a partir de R$ 180,
no Rio). Mas Bublé tem justificativa: "Aposto que, quando eu
sair daquele palco, ninguém
pensará que pagou caro demais
por esses ingressos".
Com "caro demais", o cantor
canadense quer dizer: de R$
350 a R$ 1.000, para as duas
primeiras noites de show (18/11
e 19/11). Com os ingressos de
R$ 350 já esgotados para esses
dias, restam convites de, no mínimo, R$ 500. E há ainda um
show extra (20/11) -e com entradas um tanto mais "em conta": o preço mínimo é de R$
300, valor mais alto não só do
que a entrada mais barata de
Madonna, mas também de Bob
Dylan e do R.E.M..
"O quê? Isso é loucura!", diz
Bublé, ao ser informado dos valores. "Por que isso? Por que
meus ingressos estão tão caros?", pergunta à reportagem
da Folha, por telefone. "Eu toco num lugar menor", justifica,
em seguida. "Se eu tocasse num
estádio [os shows de Madonna
serão no Morumbi e no Maracanã, em dezembro], não ia cobrar tanto. Você está vendo um
show menor, é mais íntimo."
Pouco depois, mostra-se irritado com o assunto: "Escuta,
escuta! Eu nem sabia o preço!
Não é meu "business". Meu negócio é ir e fazer música. Se os
ingressos são caros demais,
sinto muito. Na próxima vez
que eu for, se estiver sabendo
disso, não serão. Mesmo que
sejam caros demais, ainda acho
que vale a pena."
Sobre os atrativos que não
deixarão ninguém acreditar ter
pago demais, ele é lacônico.
"Farei no Brasil uma grande
festa", diz. "Quero mostrar a
eles por que tive o sucesso que
tive pelo mundo todo. Em diferentes países, com diferentes
línguas e culturas... que essa
música, e o estilo com que a faço, funciona em vários... quer
dizer, é basicamente uma festa,
deve ser divertido."
Som de novela
Com mais de 10 milhões de
discos vendidos, Bublé tem repertório de crooner de big
band, mas se define como um
artista pop influenciado por
Michael Jackson e Frank Sinatra, ou "mais importante: um
enterteiner". Por aqui, suas
músicas entraram nas novelas
"Celebridade" ("You'll Never
Find Another Love like Mine"),
"América" ("Home"), "Kubanacan" ("Fever") e "Da Cor do
Pecado" ("Crazy Little Thing
Called Love").
E, embora diga que seu "business" é cantar, e não pensar nos
ingressos dos shows, ele afirma
que ter suas músicas nos folhetins da Globo é uma questão de
marketing. "Nunca escolhi isso,
foi sempre uma honra que elas
[suas músicas] fossem usadas,
mas acho que tenho boas pessoas que trabalham para mim e
cuidam de mim, e essa foi uma
ótima maneira de eu ser "marqueteado" aí."
Marketing ou não, Bublé investiu em gravar clássicos como "Me and Mr. Jones" (hit de
Billy Paul) -que, aliás, entrou
na trilha da novela "Paraíso
Tropical"- e "The Best Is Yet
to Come" (sucesso de Frank Sinatra). O músico prontamente
se defende quando questionado sobre tentar ser parecido
com Frank Sinatra. "Não gosto
de ser empurrado para essa coisa Sinatra, porque há mais em
mim do que isso", afirma. "Tenho também músicas pop, escrevi músicas pop que ficaram
em primeiro lugar, e gravei
muitas coisas."
Em sua primeira passagem
pelo Brasil, o cantor e compositor diz que "sente muito" por
não ter vindo antes, apesar de
não saber ao certo sobre o seu
sucesso no país. "Me disseram
[que é bem-sucedido no Brasil],
não sei. Meu empresário, eu e a
gravadora combinamos que
queríamos muito ir aí no Brasil
tocar". Ele explica o motivo da
visita: "Sabe, precisávamos
aparecer aí e ser tangíveis".
MICHAEL BUBLÉ
Quando: dias 18, 19 e 20 de novembro, às 21h30
Onde: Via Funchal (Rua Funchal, 65,
Vila Olímpia; tel. 0/xx/11/ 3188-4148)
Quanto: de R$ 500 a R$ 1.000, nos dias
18 e 19; de R$ 300 a R$ 1.000, no dia 20
Classificação indicativa: livre
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