São Paulo, quinta-feira, 03 de novembro de 2011

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Bailão grunge

Com 200 músicas ensaiadas, Pearl Jam traz ao Brasil sua turnê de um show diferente a cada noite

THALES DE MENEZES
DE SÃO PAULO

O Pearl Jam completa 20 anos de carreira em 2011. É a mesma idade do grunge, movimento de Seattle que teve a banda como maior expoente, depois do sacralizado Nirvana de Kurt Cobain. Entre lançar um documentário e organizar um festival comemorativo, a banda teve tempo de vir ao Brasil.
A turnê começa hoje, no estádio do Morumbi, onde tocam também amanhã. Depois há apresentações no Rio, em Curitiba e em Porto Alegre. Com nove discos de estúdio, o grupo surpreende com shows de muitas músicas e set list imprevisível.
O guitarrista Mike McCready, 45, falou à Folha sobre os 20 anos da banda.

 


Folha - O Pearl Jam sempre muda as músicas de uma noite para outra. Em setembro, vocês tocaram 111 músicas em dez shows! Afinal, quantas vocês têm ensaiadas?
Mike McCready -
Temos 200. É sério, não estou chutando. Perto do dia da apresentação, fechamos em metade disso. Umas duas horas antes de cada show, Eddie [Vedder] senta e decide quais vão entrar. Por isso estamos sempre ensaiando todas.

A única canção presente em todas as noites é "Alive". Por que ela é tão especial?
Porque a ligação dela com os fãs é muito forte. É uma canção emocionante a cada noite, porque o público faz com que ela seja especial. Tocamos sempre porque nunca nos cansamos dela.

Falando sobre o documentário "Pearl Jam Twenty", o que você pensou quando viu sua imagem tão jovem na tela?
Como tudo pôde ter acontecido tão rápido! Éramos jovens cheios de sonhos que se tornaram realidade em meio a uma tempestade louca. As vendas de discos, a MTV, Eddie se transformando nessa figura única. Tudo muito rápido, quase uma explosão. Ainda me impressiona.

Em uma cena, Eddie e Kurt Cobain dançam juntinhos nos bastidores de uma premiação da MTV. Você consegue imaginar a cena musical de hoje com Kurt vivo?
Cara, estava pensando nisso anteontem. Não sei o que é pior: a falta de um amigo a meu lado ou nunca poder ouvir a música bacana que ele certamente estaria fazendo. O Nirvana era punk, mas com certeza evoluiria. Creio que Kurt estaria em outra onda, tocando blues, sei lá. Mas fazendo música genial.

O Pearl Jam realizou um festival em setembro para festejar 20 anos de banda. Por que chamaram Strokes e Queens of the Stone Age para tocar?
Nós seguimos dois critérios: nos cercar de amigos e misturar bandas antigas e novas. Além dessas duas, tivemos velhos chapas como o Mudhoney e gente jovem como Liam Finn. Acho que é a grande voz da nova geração.

O que é mais importante para manter uma banda de rock junta por 20 anos?
Ouvir todo mundo e falar tudo que quiser. É assim que a gente segue. Sem grandes planos, vivendo um dia depois do outro. Já gravamos metade do novo disco, que deve sair no começo de 2012. Não sei se vamos chegar a 30 anos juntos. Só sei que temos dois shows em São Paulo para fazer e vamos tocar com muita vontade. Para nós, o show do dia é o show da vida.

FOLHA.com
Leia entrevista com a banda X, que abre os shows do Pearl Jam
folha.com/no1000501



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