São Paulo, quinta-feira, 03 de novembro de 2011

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CRÍTICA CINEMA FANTÁSTICO

Edgard Navarro cria belo e raro "fantasma" autoral

INÁCIO ARAÚJO
CRÍTICO DA FOLHA

Não haverá quem durma em "O Homem que Não Dormia". Haverá, sim, quem ame e quem odeie este estranho filme de Edgard Navarro. O autor o apresentou, lembrando que seus filmes mostram coisas desagradáveis.
A quem temer pode-se avisar que algumas escatologias existem, mas não são tantas assim, nem tão significativas. Mais problemática é a história ali contada. Começa com uma roda noturna em que as pessoas, crianças sobretudo, ouvem histórias de lobisomem e mula sem cabeça.
Ouvem como se os seres não fizessem parte do mundo imaginário, mas estivessem ali, ao alcance das mãos. E há uma história por contar: a do homem que não dormia.
Essa fábula é que nos remete a um mundo mágico bem baiano, porque nos coloca diante de situações em que o real e o sonhado, o pesadelo e o vivido se imbricam. Deuses e demônios, sacis e coronéis, padres e cartomantes convivem ignorando as fronteiras que os apartam.
"O Homem" é um belo e raro exemplar de cinema fantástico brasileiro. E um desses fantasmas autorais que assombram o establishment cinematográfico nacional.

O HOMEM QUE NÃO DORMIA
DIREÇÃO Edgard Navarro
PRODUÇÃO Brasil, 2011
QUANDO hoje, às 16h30, no Cine Livraria Cultura (av. Paulista, 2.073)
CLASSIFICAÇÃO 16 anos
AVALIAÇÃO bom


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