São Paulo, segunda, 3 de novembro de 1997.




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QUADRINHOS
Will Eisner será o autor do cartaz da próxima edição da mostra, em 1999, que deverá se realizar em São Paulo ou em Belo Horizonte
Bienal Internacional passa a ser itinerante

CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
da Agência Folha, em Belo Horizonte

Os organizadores da Bienal Internacional de Quadrinhos decidiram fazer o evento itinerante. A decisão foi tomada depois da realização, com sucesso, da terceira edição do evento. Este ano, a bienal foi realizada em Belo Horizonte (MG) e terminou no dia 27 de outubro.
Inicialmente sediada no Rio de Janeiro, a bienal não pôde ser realizada em 1995 por não ter tido apoio da prefeitura carioca.
Este ano, a capital mineira aproveitou as comemorações de seu centenário para trazer a mostra internacional.
O Centro Nacional de Quadrinhos, Roteiro e Imagens, um dos organizadores da bienal, pretende negociar a realização da próxima edição -prevista para 1999- com várias cidades. Entre as possíveis sedes da quarta exposição está a cidade de São Paulo e a própria Belo Horizonte.
Da mesma forma que Moebius e Joe Kubert, homenageados nas bienais anteriores, a terceira edição da mostra também teve seu paraninfo. O escolhido foi Will Eisner. O artista norte-americano concordou em fazer gratuitamente o cartaz para a próxima bienal.
"Nós temíamos que os convidados internacionais preferissem ir ao Rio em vez de a outra cidade, mas todos gostaram de Belo Horizonte e do clima da bienal", disse o coordenador Nilton Santos.
O artista italiano Paolo Eleuteri Serpieri, autor da personagem Druuna, por exemplo, pretendia ficar apenas um dia no Brasil, mas acabou estendendo sua permanência depois de conhecer as mulheres brasileiras.
"A Druuna tem muito do corpo das brasileiras. Eu tenho visto Druunas em todos os lugares aonde vou", disse Serpieri.
Rio e São Paulo
Depois de Belo Horizonte, o centro deve selecionar mostras da terceira Bienal para serem apresentadas no Rio e em São Paulo, no primeiro semestre de 1998. Os organizadores pretendem promover também a primeira conferência com museus de quadrinhos de todo o mundo.
Na capital mineira, a bienal aconteceu principalmente na Serraria Souza Pinto, um galpão reformado especialmente para eventos culturais. Mas houve programação paralela em outros 11 locais da cidade.
A organização calcula que em torno de 110 mil pessoas assistiram à programação.
Este público é bem menor que o da primeira Bienal, realizada no Rio em 1991 (400 mil espectadores), mas equivale à metade do público que costuma frequentar exposições em Belo Horizonte, segundo pesquisa divulgada em 1996.
Segundo a coordenação do evento, a terceira Bienal de Quadrinhos foi orçada em R$ 700 mil. Metade desse valor foi obtido através de apoio cultural e pela liberação de cachês pelos artistas convidados.
O restante veio da prefeitura de Belo Horizonte, R$ 240 mil, e da iniciativa privada, R$ 120 mil.



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