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Sinfônica mantém charme
da Reportagem Local
Foram gravações prestigiadíssimas nos tempos do LP. Remasterizadas agora em CD, voltam com o
charme da idiossincrasia no andamento (velocidade de execução).
Mas continuam a ser dois grandes
momentos no acervo dos concertos para violino e orquestra.
A orquestra é a Sinfônica de Boston, sob a regência do francês
Charles Munch (1891-1968), por 13
anos seu regente titular. O violino é
o de Jascha Heifetz (1925-1987),
russo naturalizado norte-americano, talvez o maior em seu instrumento neste século.
As duas peças reunidas agora,
em relançamento mais que oportuno da BMG, são o opus 61 de
Beethoven (gravação de 1955) e o
opus 64 de Mendelssohn (1959).
O curioso, tanto no maestro
quanto no solista, é que não parecem interpretações anacrônicas.
Ambos tinham personalidade musical fortíssima. Sabiam traduzir a
intuição em soluções inesperadas
-a ênfase em determinado fraseado, a relativização de um tema
reexposto- guardada a fidelidade
ao que o compositor escreveu.
Munch foi um maestro mais de
"feeling". Ao abandonar o consenso francófilo, produziu uma "Sinfonia Fantástica", de Berlioz, até
hoje insuperável. Heifetz quebrou
nos anos 20 outro consenso, herdado de Kreisler, para o qual a técnica está a serviço da emoção.
Há outras interpretações exemplares dos concertos para violino e
orquestra de Beethoven e de Mendelssohn. Mas a dupla Heifetz-Munch produziu nos anos 50 algo
superlativamente belo.
(JBN)
²
Disco: Sinfônica de Boston
Compositores: Beethoven e Mendelssohn
Lançamento: RCA/BMG
Quanto: R$ 18, em média
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