São Paulo, terça, 3 de novembro de 1998

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Sinfônica mantém charme

da Reportagem Local

Foram gravações prestigiadíssimas nos tempos do LP. Remasterizadas agora em CD, voltam com o charme da idiossincrasia no andamento (velocidade de execução). Mas continuam a ser dois grandes momentos no acervo dos concertos para violino e orquestra.
A orquestra é a Sinfônica de Boston, sob a regência do francês Charles Munch (1891-1968), por 13 anos seu regente titular. O violino é o de Jascha Heifetz (1925-1987), russo naturalizado norte-americano, talvez o maior em seu instrumento neste século.
As duas peças reunidas agora, em relançamento mais que oportuno da BMG, são o opus 61 de Beethoven (gravação de 1955) e o opus 64 de Mendelssohn (1959).
O curioso, tanto no maestro quanto no solista, é que não parecem interpretações anacrônicas. Ambos tinham personalidade musical fortíssima. Sabiam traduzir a intuição em soluções inesperadas -a ênfase em determinado fraseado, a relativização de um tema reexposto- guardada a fidelidade ao que o compositor escreveu.
Munch foi um maestro mais de "feeling". Ao abandonar o consenso francófilo, produziu uma "Sinfonia Fantástica", de Berlioz, até hoje insuperável. Heifetz quebrou nos anos 20 outro consenso, herdado de Kreisler, para o qual a técnica está a serviço da emoção.
Há outras interpretações exemplares dos concertos para violino e orquestra de Beethoven e de Mendelssohn. Mas a dupla Heifetz-Munch produziu nos anos 50 algo superlativamente belo. (JBN)
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Disco: Sinfônica de Boston
Compositores: Beethoven e Mendelssohn
Lançamento: RCA/BMG
Quanto: R$ 18, em média



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