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MÚSICA
Banda cumpriu horário-limite estabelecido pela Prefeitura para apresentação em São Paulo; público foi de 40 mil
Pearl Jam faz show pontual no Pacaembu
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
Debaixo de chuva, com o acompanhamento de 40 mil vozes e sob
rígidas regras estruturais, o grupo
norte-americano Pearl Jam fez
ontem, no estádio do Pacaembu,
seu primeiro show em São Paulo.
A banda realiza hoje mais um
show no local; amanhã, será na
praça da Apoteose, no Rio de Janeiro. Ambos estão com os ingressos (40 mil) já esgotados.
A apresentação do Pearl Jam no
estádio só foi autorizada pela prefeitura depois de o organizador
do evento (a empresa CIE Brasil)
ter se comprometido a respeitar
algumas normas.
Primeira regra: deveria terminar cedo. Até as 21h45. O show
acabou até antes: 21h30 -a banda havia subido ao palco às 19h25.
Nesse tempo, mostraram 25 músicas, entre elas grandes sucessos
como "Alive", "Even Flow",
"Black", "Do the Evolution",
"Corduroy" e "Betterman". O
Mudhoney, outro grupo de Seattle, que está abrindo as apresentações do Pearl Jam na América do
Sul, tocou entre 18h15 e 18h45.
Muitos se atrasaram. Quando o
Pearl Jam já estava na quarta música, "Green Disease", uma multidão ainda entrava pelo portão
principal do estádio. "É muito cedo", disseram as amigas Elaine
Suzuki, 23, e Mariane Macedo, 21,
ao entrar correndo no gramado.
O público ouvido pela Folha
não gostou da norma. "Achei péssimo esse horário, é muito ruim.
Além disso, hoje [ontem] é sexta-feira, São Paulo está com um baita
trânsito", disse a médica Ilka Shimabuku, 29. Outro ponto citado
negativamente foi o fato de o
show acontecer em grande parte
sob a luz do dia. "As luzes, que são
sempre legais em shows grandes,
não podem ser vistas direito", resignou-se Djini Michelin, 33, gestora administrativa.
"Show não pode ter horário para acabar, ainda mais de banda internacional. Não precisa fazer
num domingo ou até as 2h da madrugada, mas daria para ser mais
razoável", reclamou Fernando
Sabaté, 19. Mas sua irmã, Paula,
16, achou bom o horário vespertino. "Até gostei. Dá para acordar
mais cedo no dia seguinte."
Alguns que até moram perto do
estádio acharam que o show não
seria incômodo aos moradores.
"Tem que ter sempre e começar
mais tarde", afirmou Rejane Stecca, 20, que foi a pé ao show. "Se fizerem um esquema certo, tudo
bem. Mas, hoje, disseram que os
carros não teriam acesso às ruas
mais próximas, mas isso não foi
seguido à risca."
Trânsito
Uma segunda regra que deveria
ser respeitada: o trânsito nas vias
do bairro. Mesmo com o auxílio
da Companhia de Engenharia de
Tráfego (CET), teve gente que reclamou. A CET diz que até guinchos foram usados na operação.
Outra regra imposta pela prefeitura: ambulantes e flanelinhas deveriam ter ação inibida. Segundo
pessoas ouvidas pela Folha, isso
não ocorreu perfeitamente.
"Havia muito flanelinha por
perto. Tive que parar o carro num
lugar afastado", contou o advogado Alki Vestri, 30.
Já Iênides Benfati, 60, conselheira da associação Viva Pacaembu
por São Paulo, afirmou que não
ficou satisfeita com a realização
do show, mesmo com todas as regras colocadas em prática.
"O esquema de trânsito deu certo, mas não conseguiu coibir todos os abusos, como estacionamento em locais proibidos. A fiscalização de ambulantes funcionou apenas em algumas ruas. E o
barulho, apesar de ter acabado cedo, foi intenso."
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