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Aquecimento global ameaça as populações de pingüins
CLAUDIO ANGELO
EDITOR DE CIÊNCIA
"Happy Feet" é uma versão
digital de "A Marcha dos Pingüins", só que melhorada (e
sem aquela narração piegas). O
filme retrata a paisagem antártica com uma fidelidade impressionante. Só peca ao acusar
a pesca comercial de ser a
maior ameaça aos pingüins. É o
aquecimento global, estúpido.
Ok, ninguém poderia esperar
verossimilhança de uma fábula
na qual jovens Aptenodytes
forsteri (é esse o nome científico do pingüim-imperador, só
para registro) cantam "Somebody to Love" na balada. Mas os
produtores fizeram o dever de
casa bastante bem ao pintar o
ambiente no qual esses animais
vivem. Desde o famoso mau
tempo do litoral antártico até
sutilezas como a meia-luz durante o período de acasalamento dos pingüins-de-adélia (a
trupe "latina") e a escuridão
que reina na estação de pesca, o
continente branco -em todas
as suas cores- está todo lá.
Então, não custava terminar
o serviço e dizer que é o aquecimento acelerado da atmosfera
que está matando os pingüins,
ao criar icebergs gigantes fora
de época que esmagam as colônias próximas do litoral e/ou
lhes bloqueiam acesso ao mar.
No fim, talvez tenha vencido
a seguinte equação: é mais fácil
para o americano médio renunciar a sua porção semanal de
merluza negra, o peixe antártico mais comum nos supermercados do país (que custa o dobro do salmão) do que deixar a
sua SUV na garagem para ir ao
cinema a pé.
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