São Paulo, segunda-feira, 03 de dezembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Yamandú celebra sons gaúchos em novo álbum

Dez anos depois de sair de Porto Alegre, violonista homenageia sua terra em "Lida'

Turnê de lançamento começa em 2008; hoje, violonista volta a SP com show em parceria com o bandolinista carioca Hamilton de Holanda

DA REPORTAGEM LOCAL

Yamandú Costa planejava fazia tempo uma volta para casa. Não um regresso físico à Porto Alegre que deixou ainda adolescente, violão de sete cordas debaixo do braço, mas sim um reencontro musical.
Ele precisou entender a falta que as vivências no Sul lhe faziam para perceber aonde queria chegar. A conclusão dessa história está em "Lida", álbum que lança agora pela Tratore e no qual revisita as matizes da musicalidade gaúcha.
"É um barato. O valor que você dá à sua terra, estando fora dela, é diferente. Não existe esse sentimento quando você nunca sai de onde vive", diz o violonista, 27, por telefone, enquanto mata a saudade da terrinha numa filial da churrascaria gaúcha Fogo de Chão em Washington (EUA), onde estava na última semana para abrir o Ibero-American Guitar Festival.
Virtuose do instrumento, Yamandú lançou CDs solos, no Brasil e no exterior, outros com nomes como Dominguinhos e Paulo Moura, e percorreu o mundo enquanto "Lida" não saía do plano das idéias. "Queria criar com tempo e cuidado", argumenta. "Minha família era do interior, e cresci em festivais. Eu queria mostrar o que ouvia lá de uma maneira mais camerística."
O retorno foi motivado ainda por um tardio contato com um dos maiores pilares da literatura gaúcha, Erico Verissimo (1905-1975). "Nunca tinha lido nada dele. Fiquei doido", conta. O universo regional descrito em "O Tempo e o Vento" (1949-61) inspirou faixas como "Ana Terra" e "Vento dos Mortos".
O álbum, quase todo autoral, retrata imagens como a de "uma indiazinha dançando com vestidinho de chita" ("Missionerita") e a da "lida diária do gaúcho, do homem que trabalha a cavalo" ("Lida").
A assinatura de algumas músicas é dividida com o conterrâneo Guto Wirtti, que Yamandú convenceu a deixar de lado o baixo elétrico para tocar o acústico com ele. O violinista francês Nicolas Krassik completa a formação que toca no álbum.

Show e disco
Yamandú faz show de lançamento do CD dia 11, na Modern Sound, no Rio, mas a turnê deve começar só depois de abril.
Enquanto isso, leva adiante a parceria com o bandolinista carioca Hamilton de Holanda, com quem vem tocando há um ano, em show que volta hoje a São Paulo (leia abaixo), e com quem planeja um disco para 2008. "A parceria existe faz tempo. Há dez anos prometemos fazer algo juntos. Devemos gravar em janeiro e lançar mais para o fim do ano." No palco, e em breve no CD, o bandolim de dez cordas de Holanda acompanha o violão de Yamandú em composições inéditas de um e de outro. (RAQUEL COZER)


Texto Anterior: Mônica Bergamo
Próximo Texto: Show com bandolista é gratuito
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.