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Yamandú celebra sons gaúchos em novo álbum
Dez anos depois de sair de Porto Alegre, violonista homenageia sua terra em "Lida'
Turnê de lançamento começa em 2008; hoje, violonista volta a SP com show em parceria com o bandolinista carioca Hamilton de Holanda
DA REPORTAGEM LOCAL
Yamandú Costa planejava fazia tempo uma volta para casa.
Não um regresso físico à Porto
Alegre que deixou ainda adolescente, violão de sete cordas
debaixo do braço, mas sim um
reencontro musical.
Ele precisou entender a falta
que as vivências no Sul lhe faziam para perceber aonde queria chegar. A conclusão dessa
história está em "Lida", álbum
que lança agora pela Tratore e
no qual revisita as matizes da
musicalidade gaúcha.
"É um barato. O valor que você dá à sua terra, estando fora
dela, é diferente. Não existe esse sentimento quando você
nunca sai de onde vive", diz o
violonista, 27, por telefone, enquanto mata a saudade da terrinha numa filial da churrascaria
gaúcha Fogo de Chão em Washington (EUA), onde estava na
última semana para abrir o Ibero-American Guitar Festival.
Virtuose do instrumento, Yamandú lançou CDs solos, no
Brasil e no exterior, outros com
nomes como Dominguinhos e
Paulo Moura, e percorreu o
mundo enquanto "Lida" não
saía do plano das idéias. "Queria criar com tempo e cuidado",
argumenta. "Minha família era
do interior, e cresci em festivais. Eu queria mostrar o que
ouvia lá de uma maneira mais
camerística."
O retorno foi motivado ainda
por um tardio contato com um
dos maiores pilares da literatura gaúcha, Erico Verissimo
(1905-1975). "Nunca tinha lido
nada dele. Fiquei doido", conta.
O universo regional descrito
em "O Tempo e o Vento" (1949-61) inspirou faixas como "Ana
Terra" e "Vento dos Mortos".
O álbum, quase todo autoral,
retrata imagens como a de
"uma indiazinha dançando
com vestidinho de chita"
("Missionerita") e a da "lida
diária do gaúcho, do homem
que trabalha a cavalo" ("Lida").
A assinatura de algumas músicas é dividida com o conterrâneo Guto Wirtti, que Yamandú
convenceu a deixar de lado o
baixo elétrico para tocar o acústico com ele. O violinista francês Nicolas Krassik completa a
formação que toca no álbum.
Show e disco
Yamandú faz show de lançamento do CD dia 11, na Modern
Sound, no Rio, mas a turnê deve começar só depois de abril.
Enquanto isso, leva adiante a
parceria com o bandolinista carioca Hamilton de Holanda,
com quem vem tocando há um
ano, em show que volta hoje a
São Paulo (leia abaixo), e com
quem planeja um disco para
2008. "A parceria existe faz
tempo. Há dez anos prometemos fazer algo juntos. Devemos
gravar em janeiro e lançar mais
para o fim do ano." No palco, e
em breve no CD, o bandolim de
dez cordas de Holanda acompanha o violão de Yamandú em
composições inéditas de um e
de outro.
(RAQUEL COZER)
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