São Paulo, quarta-feira, 03 de dezembro de 2008 |
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CONEXÃO POP A nova viagem de Kanye
THIAGO NEY DA REPORTAGEM LOCAL NA SEMANA passada, três blockbusters lançaram discos no Reino Unido. The Killers, Guns'n'Roses e Kanye West. Antes e durante a semana, sites e revistas apostavam quem chegaria na frente. Bem, quem ganhou foi "Day and Age", do Killers, seguido por "Chinese Democracy", de Axl "Guns" Rose. E Kanye? Apenas em 11º, um fracasso para alguém cujo disco anterior, "Graduation", lançado no ano passado, havia alcançado o topo não apenas da parada britânica mas da norte-americana. "808's & Heartbreak" é o quarto disco de Kanye West. O primeiro, "The College Dropout", é de 2004. Quatro discos em cinco anos, fora as inúmeras aparições em premiações e programas de TV. Será que o público está cansado de Kanye West? Se a referência for apenas "808's & Heartbreak", não há razão para tanto -o disco confirma West como um vocalista e compositor multifacetado, dos mais talentosos do rap atual. Aliás, se comparado com seus pares, West não pode mais ser reduzido a "rapper". Suas referências estão muito além da tríade soul-funk-r&b que assola o rap americano. West vai buscar inspiração na dance music e, para este disco, no synthpop do início dos anos 1980. Em entrevista à Folha, pouco antes de se apresentar no Tim Festival, ele citou algumas influências recentes: ""Boy George, Phil Collins, Tears for Fears, Gary Numan". Em "808's & Heartbreak", West decidiu brincar com o Auto-Tune, ferramenta bastante utilizada em estúdio para corrigir desafinações vocais. Com o auxílio do Auto-Tune, West "digitalizou" sua voz, fazendo que que se distanciasse do rap e se aproximasse do synthpop. No rap mainstream americano, poucos teriam coragem de arriscar como West fez neste álbum. O resultado é irregular, mas ele acerta a mão em faixas como a lenta "Amazing", na grooveada "Heartless", na paranóica "Welcome to Heartbreak" e em "See You in My Nightmares", ao lado de Lil" Wayne. Daqui a duas semanas, no próximo dia 17, faremos a já tradicional escolha de melhores do ano. Melhor disco, melhor música, melhor banda nacional, o pior visual, a melhor fofoca relacionada a Amy Winehouse, o casal mais fofo do pop nacional... Participe dessa importantíssima escolha mandando suas sugestões para o e-mail abaixo até o próximo dia 15. thiago.ney@grupofolha.com.br
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