São Paulo, quarta-feira, 03 de dezembro de 2008

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"O Filho Eterno" dá a Tezza sua 5º conquista no ano

Autor vence o Prêmio São Paulo de Literatura; portuguesa Tatiana Levy é eleita a melhor estreante por "A Chave de Casa'

Cada um receberá R$ 200 mil, o valor mais alto pago por uma premiação literária no país; obra de Tezza já está em sua 5ª reimpressão


EDUARDO SIMÕES
DA REPORTAGEM LOCAL

Já vencedor de quatro prêmios neste ano por conta do romance "O Filho Eterno", o escritor Cristovão Tezza não causou tanta surpresa ao receber anteontem à noite a quinta honraria de 2008: o Prêmio São Paulo de Literatura de melhor livro do ano, no valor de R$ 200 mil, o mais alto pago em premiação literária brasileira.
A grande novidade da noite foi Tatiana Salem Levy, 29, que venceu o prêmio na categoria melhor livro do ano de autor estreante, pelo romance "A Chave de Casa". A escritora também receberá R$ 200 mil.
Lançado em maio de 2007 em Portugal, pela editora Cotovia, numa coleção com autores brasileiros, o romance saiu no Brasil em dezembro do ano passado, pela Record.
Doutora em letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), Tatiana nasceu em 1979, em Lisboa, Portugal. Mas mudou-se no mesmo ano para o Brasil. Da terra natal trouxe a idéia para o livro, iniciado em 2004: queria recontar uma lenda segundo a qual os judeus perseguidos pela Inquisição deixaram suas casas em Portugal com as chaves em punho, na esperança de voltar.
"Depois eu soube de um tio-avô que tinha as chave de casa, provou que fora expulso durante a Inquisição e foi repatriado", conta a autora, que não gosta de chamar seu romance de autobiográfico, prefere a idéia de uma "autoficção".
"O romance tem rastros da minha família, mas não sou personagem do livro. Cheguei a a entrevistar uma tia-avó que veio da Turquia para o Brasil e estive rapidamente lá, mas eu não quis remontar a história, e sim trabalhar fragmentos do que eu tinha ouvido em casa."

Vendas de "O Filho Eterno"
As várias premiações de "O Filho Eterno", lançado em agosto do ano passado, têm refletido nas vendas. De acordo com a Record, em novembro, as vendas do romance foram seis vezes maiores do que a média dos meses anteriores. Já na quinta edição, o título vendeu 10 mil exemplares, e as livrarias têm outros 4.000 em estoque.
Para Tezza, que em 2009 quer se dedicar ao próximo romance, o sucesso de "O Filho Eterno" não impõe pressão para um êxito à mesma altura.
"Dificilmente escreverei outro com a mesma intensidade emocional. Mas não sinto medo. Se eu fosse mais jovem, talvez sentisse mais pressão."


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