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"O Filho Eterno" dá a Tezza sua 5º conquista no ano
Autor vence o Prêmio São Paulo de Literatura; portuguesa Tatiana Levy é eleita a melhor estreante por "A Chave de Casa'
Cada um receberá R$ 200 mil, o valor mais alto pago por uma premiação literária no país; obra de Tezza já está em sua 5ª reimpressão
EDUARDO SIMÕES
DA REPORTAGEM LOCAL
Já vencedor de quatro prêmios neste ano por conta do romance "O Filho Eterno", o escritor Cristovão Tezza não causou tanta surpresa ao receber
anteontem à noite a quinta
honraria de 2008: o Prêmio São
Paulo de Literatura de melhor
livro do ano, no valor de R$ 200
mil, o mais alto pago em premiação literária brasileira.
A grande novidade da noite
foi Tatiana Salem Levy, 29, que
venceu o prêmio na categoria
melhor livro do ano de autor estreante, pelo romance "A Chave de Casa". A escritora também receberá R$ 200 mil.
Lançado em maio de 2007
em Portugal, pela editora Cotovia, numa coleção com autores
brasileiros, o romance saiu no
Brasil em dezembro do ano
passado, pela Record.
Doutora em letras pela Pontifícia Universidade Católica do
Rio de Janeiro (PUC-RJ), Tatiana nasceu em 1979, em Lisboa, Portugal. Mas mudou-se
no mesmo ano para o Brasil. Da
terra natal trouxe a idéia para o
livro, iniciado em 2004: queria
recontar uma lenda segundo a
qual os judeus perseguidos pela
Inquisição deixaram suas casas
em Portugal com as chaves em
punho, na esperança de voltar.
"Depois eu soube de um tio-avô que tinha as chave de casa,
provou que fora expulso durante a Inquisição e foi repatriado", conta a autora, que não
gosta de chamar seu romance
de autobiográfico, prefere a
idéia de uma "autoficção".
"O romance tem rastros da
minha família, mas não sou
personagem do livro. Cheguei a
a entrevistar uma tia-avó que
veio da Turquia para o Brasil e
estive rapidamente lá, mas eu
não quis remontar a história, e
sim trabalhar fragmentos do
que eu tinha ouvido em casa."
Vendas de "O Filho Eterno"
As várias premiações de "O
Filho Eterno", lançado em
agosto do ano passado, têm refletido nas vendas. De acordo
com a Record, em novembro, as
vendas do romance foram seis
vezes maiores do que a média
dos meses anteriores. Já na
quinta edição, o título vendeu
10 mil exemplares, e as livrarias
têm outros 4.000 em estoque.
Para Tezza, que em 2009
quer se dedicar ao próximo romance, o sucesso de "O Filho
Eterno" não impõe pressão para um êxito à mesma altura.
"Dificilmente escreverei outro com a mesma intensidade
emocional. Mas não sinto medo. Se eu fosse mais jovem, talvez sentisse mais pressão."
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