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Crítica
Novas composições mostram solidez, desenvoltura e sofisticação melódica
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
Mallu mulher?
Aos 17 anos, Mallu
Magalhães já mostra
composições sólidas, desenvoltura vocal, sofisticação melódica. Do primeiro disco, lançado
apenas um ano atrás, o que parecia solto, perdido, talvez como reflexo da inexperiência, foi
amarrado e orientado neste surpreendente segundo álbum.
"Mallu Magalhães" é disco de cantora que está na estrada há anos -mas, o mais interessante: Mallu ainda conserva uma certa inocência que faz com que nada soe forçado ou falso.
O álbum é diversificado:
blues, folk, pop, baladas rasgadas, baladas sensíveis, psicodelia, rock e reggae.
"My Home Is My Man" abre o álbum em clima roqueiro, para cima. A produção de Kassin,
especialmente nessa faixa, sabiamente não apara as arestas vocais de Mallu ouvimos ela
buscar ar após versos rápidos, o
que aumenta a tensão da música. Em "My Home Is My Man",
Mallu está mais enérgica, dura
e decidida do que 99% das bandas "roqueiras" do Brasil.
"Nem Fé nem Santo" nos leva para o blues; "Shine Yellow", a um divertido reggae.
"Versinho de Número Um" é um achado. Tem um clima sessentista, meio Mutantes, criado
tanto por sintetizador e teclado quanto por brincadeiras vocais.
Em "Make It Easy" e "Soul Mate", a melancolia é desenhada com tintas blueseiras. Um
belo coral de assobios apoia a doçura de "Compromisso".
"Bee on the Grass" emociona
com toques psicodélicos. Com
a ajuda de violinos, Mallu faz uma sensível declaração romântica em "É Você que Tem".
"Mallu Magalhães", o disco, é consistente. Mallu Magalhães, a cantora, cresceu.
MALLU MAGALHÃES
Artista: Mallu Magalhães
Gravadora: Sony
Quanto: R$ 30, em média
Avaliação: ótimo
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