São Paulo, quarta-feira, 04 de janeiro de 2006

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Papa morreu de infarto, diz Santa Sé

DA REPORTAGEM LOCAL

Às 7h42 de 29 de setembro de 1978, o Vaticano anunciava oficialmente a morte de Albino Luciani. "Nesta manhã (...), por volta das 5h30, o secretário particular do papa, padre Magee, (...) não o tendo encontrado na capela, como de hábito, foi procurá-lo no seu quarto e o encontrou morto no leito, com a luz acesa (...). O médico, imediatamente chamado, constatou o falecimento por volta das 23h de 28 de setembro, por infarto do miocárdio", dizia a nota divulgada pela Santa Sé.
A brevidade do pontificado de João Paulo 1º, a ausência de autópsia em seu corpo (uma praxe do Vaticano) e uma série de informações desencontradas sobre os últimos instantes de Albino Luciani contribuíram para o aparecimento de especulações sobre uma possível conspiração para assassinar o papa.
Diversos autores se debruçaram sobre suposições conspiratórias. Um dos livros mais controversos foi "In God's Name" (em nome de Deus), de David Yallop, publicado em 1984. Além de mostrar erros na versão oficial (como a autoria da descoberta do corpo, achado, na verdade, por uma freira), ele apontava uma conspiração que envolveria o Banco do Vaticano, a Máfia e cardeais com interesses contrariados.
Em 1989, John Cornwell escreveria "Um Ladrão na Noite", também contestando a versão oficial (segundo ele, Luciani teria morrido de embolia pulmonar), mas mostrando, com fatos, que a conspiração descrita no livro de Yallop era improvável.
Novas informações sobre o caso podem estar a caminho. Em 23 de novembro de 2003, foi aberto o processo de beatificação de Luciani, o que demanda uma consulta aos arquivos do Vaticano e um estudo minucioso das circunstâncias de sua morte.


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