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Papa morreu de infarto, diz Santa Sé
DA REPORTAGEM LOCAL
Às 7h42 de 29 de setembro de
1978, o Vaticano anunciava oficialmente a morte de Albino Luciani. "Nesta manhã (...), por volta
das 5h30, o secretário particular
do papa, padre Magee, (...) não o
tendo encontrado na capela, como de hábito, foi procurá-lo no
seu quarto e o encontrou morto
no leito, com a luz acesa (...). O
médico, imediatamente chamado, constatou o falecimento por
volta das 23h de 28 de setembro,
por infarto do miocárdio", dizia a
nota divulgada pela Santa Sé.
A brevidade do pontificado de
João Paulo 1º, a ausência de autópsia em seu corpo (uma praxe
do Vaticano) e uma série de informações desencontradas sobre os
últimos instantes de Albino Luciani contribuíram para o aparecimento de especulações sobre
uma possível conspiração para
assassinar o papa.
Diversos autores se debruçaram
sobre suposições conspiratórias.
Um dos livros mais controversos
foi "In God's Name" (em nome de
Deus), de David Yallop, publicado em 1984. Além de mostrar erros na versão oficial (como a autoria da descoberta do corpo,
achado, na verdade, por uma freira), ele apontava uma conspiração que envolveria o Banco do
Vaticano, a Máfia e cardeais com
interesses contrariados.
Em 1989, John Cornwell escreveria "Um Ladrão na Noite", também contestando a versão oficial
(segundo ele, Luciani teria morrido de embolia pulmonar), mas
mostrando, com fatos, que a
conspiração descrita no livro de
Yallop era improvável.
Novas informações sobre o caso
podem estar a caminho. Em 23 de
novembro de 2003, foi aberto o
processo de beatificação de Luciani, o que demanda uma consulta
aos arquivos do Vaticano e um estudo minucioso das circunstâncias de sua morte.
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