São Paulo, quinta-feira, 04 de janeiro de 2007

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Exibidor e produtora criticam cota de tela para 2007

Valmir Fernandes, representante dos multiplex, diz que decreto é "contra-senso"; Sara Silveira vê perda para cinema nacional na fatia dos cinemas pequenos

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da Abraplex (Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Operadoras de Multiplex), Valmir Fernandes, criticou a nova cota de tela válida para 2007, tratou-a como um "contra-senso" e disse que a associação estudaria a possibilidade de medidas judiciais contra a determinação do governo.
A "cota de tela" determina o número de dias de exibição obrigatória de filmes nacionais nos cinemas, é definida a cada novo ano pelo governo, e, para 2007, aumentou a obrigatoriedade de dias de produções brasileiras em grandes complexos (acima de nove salas), enquanto diminuiu a cota em cinemas com até quatro salas.
Cinemas de apenas uma sala, que no ano passado eram obrigados a exibir pelo menos 35 dias de filme nacional por ano, em 2007 só serão obrigados a passar filmes brasileiros por 28 dias. A diminuição vale também para os de duas, três e quatro salas (de 84 para 70 dias; de 147 para 126; de 224 para 196).
A produtora Sara Silveira, de filmes como "Dois Córregos" e "Cinema, Aspirina e Urubus", diz que o cinema nacional "vai sofrer um pouquinho mais" com a decisão de diminuir a obrigatoriedade de dias nos complexos menores.
"Os com menores números de salas são os que mais nos acomodam", diz a produtora. "A gente perde um pouco, sim."
Já a crítica de Fernandes, representante dos que sofreram com as modificações para os complexos com mais de nove salas, é mais incisiva. "O decreto é injusto e insensível com os problemas do setor", ele diz.
Os complexos com nove salas tinham, no ano passado, que passar, no conjunto, pelo menos 448 dias de filmes brasileiros. Em 2007, terão que exibir 468 dias. Daí para cima, cresce sempre o número de dias. Nos cinemas com 11 salas, por exemplo, a cota passou de 462 para 506 dias.
"O público do cinema nacional vem caindo há alguns anos", diz Fernandes. "Deveria haver, portanto, uma redução para todos os complexos, grandes e pequenos. E os complexos grandes, que estão sendo aumentados, são justamente os que demandaram maiores investimentos. Não há explicação para que qualquer complexo sofresse aumento." (RAFAEL CARIELLO)


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