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Exibidor e produtora criticam cota de tela para 2007
Valmir Fernandes, representante dos multiplex, diz que decreto é "contra-senso"; Sara Silveira vê perda para cinema nacional na fatia dos cinemas pequenos
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente da Abraplex
(Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Operadoras
de Multiplex), Valmir Fernandes, criticou a nova cota de tela
válida para 2007, tratou-a como um "contra-senso" e disse
que a associação estudaria a
possibilidade de medidas judiciais contra a determinação do
governo.
A "cota de tela" determina o
número de dias de exibição
obrigatória de filmes nacionais
nos cinemas, é definida a cada
novo ano pelo governo, e, para
2007, aumentou a obrigatoriedade de dias de produções brasileiras em grandes complexos
(acima de nove salas), enquanto diminuiu a cota em cinemas
com até quatro salas.
Cinemas de apenas uma sala,
que no ano passado eram obrigados a exibir pelo menos 35
dias de filme nacional por ano,
em 2007 só serão obrigados a
passar filmes brasileiros por 28
dias. A diminuição vale também para os de duas, três e quatro salas (de 84 para 70 dias; de
147 para 126; de 224 para 196).
A produtora Sara Silveira, de
filmes como "Dois Córregos" e
"Cinema, Aspirina e Urubus",
diz que o cinema nacional "vai
sofrer um pouquinho mais"
com a decisão de diminuir a
obrigatoriedade de dias nos
complexos menores.
"Os com menores números
de salas são os que mais nos
acomodam", diz a produtora.
"A gente perde um pouco, sim."
Já a crítica de Fernandes, representante dos que sofreram
com as modificações para os
complexos com mais de nove
salas, é mais incisiva. "O decreto é injusto e insensível com os
problemas do setor", ele diz.
Os complexos com nove salas
tinham, no ano passado, que
passar, no conjunto, pelo menos 448 dias de filmes brasileiros. Em 2007, terão que exibir
468 dias. Daí para cima, cresce
sempre o número de dias. Nos
cinemas com 11 salas, por
exemplo, a cota passou de 462
para 506 dias.
"O público do cinema nacional vem caindo há alguns anos",
diz Fernandes. "Deveria haver,
portanto, uma redução para todos os complexos, grandes e pequenos. E os complexos grandes, que estão sendo aumentados, são justamente os que demandaram maiores investimentos. Não há explicação para
que qualquer complexo sofresse aumento."
(RAFAEL CARIELLO)
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