São Paulo, segunda-feira, 04 de janeiro de 2010

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TELEVISÃO

Crítica

"Os Donos da Noite" vê o peso dos laços de família

PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Os Donos da Noite" (MaxPrime, 21h, 14 anos) começa, ao som de "I'll Be Seing You", com imagens fotojornalísticas em preto e branco sobre o cotidiano da polícia, entre narcóticos apreendidos em pias imundas e cadáveres largados ao mato.
A cena seguinte, à voz de Blondie cantando "Heart of Glass", é o oposto: coloridíssima, traz Bobby (Joaquin Phoenix) e sua bela namorada (Eva Mendes) amassando-se num sofá.
Temos, entre uma sequência e outra, um universo de violência e crueza contrastado a outro, de prazer e alegrias.
E que prediz o que será esse formidável longa-metragem de James Gray: o drama de um homem, Bobby, sério gerente de uma boate comandada pela máfia russa, obrigado a migrar para o lado da sua família, com pai e irmão policiais exigindo que ele delate essa sua outra "família".
Em síntese, é como trocar a lealdade pela traição, ou a vontade pela obrigação.
Os laços familiares e suas duras regras são sempre vistos como pesados grilhões nos filmes de James Gray, grandes imposições que parecem vir desde o ventre, antes mesmo do nascimento.
Em "Os Donos da Noite", a situação é um bocado mais grave: o retorno ao ambiente genético será, para Bobby, trocar a vida pela morte.


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