São Paulo, quarta-feira, 04 de fevereiro de 2009

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CONEXÃO POP

Lily "pop" Allen


Cantora inglesa de 23 anos retorna com um ótimo disco pop de batidas eletrônicas e letras bem-humoradas


THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

SAI O fetiche pelo reggae e pelo ska dos anos 60/70, entra a obsessão pelo electro-pop que domina as paradas nos últimos anos. Essa é a Lily Allen 2009.
"It's Not Me, It's You", o segundo disco da inglesa de 23 anos, sai no formato físico em poucos dias, mas desde ontem pode ser ouvido no www.myspace.com/lilymusic.
Allen corria sério risco de tornar-se apenas mais uma cantora de pop genérico, daquelas que buscam o refúgio certeiro de um bom produtor para escalar as paradas. Já há muitas assim, de Gwen Stefani a Fergie, passando pelos últimos discos de Madonna e Kylie. Allen também foi atrás de um parceiro para trabalhar nas faixas -no caso, Greg Kurstin, da banda The Bird and the Bee. A diferença é que ela não deixa o verniz esconder sua personalidade.
"It's Not Me, It's You" traz 12 canções deliciosas, que vão de temas ensolarados ("Everyone's At It") a baladas benfeitas ("He Wasn't There"). Os sintetizadores substituem a percussão que estava em "Alright, Still", o álbum de estreia. Mas a eletrônica está, aqui, a serviço das letras irônicas de Allen -como em "Fuck You", divertida crítica à intolerância e à caretice. "Not Fair" é um pop-country que serve como exemplo da variedade de climas que Allen coloca no disco.
Já "Back to the Start" mostra o caráter "urban" de Allen, garota antenada com o que rola nas ruas de Londres. A faixa traz ecos de dubstep e de grime. "Alright, Still" saiu em meados de 2006. Dois anos e meio atrás. Muito tempo sem Lily Allen.

 


Desilusão, niilismo, desesperança, inconformismo. São temas presentes no rock jovem há anos. De tempos em tempos, aparece uma banda que consegue captar e condensar esses sentimentos em dois ou três minutos. É a vez do Wavves. Projeto do californiano Nathan Williams, o Wavves tem um disco lançado que reúne algumas ótimas faixas feitas a partir de distorções e melodias pop. Há algum tempo, dá para ouvir no www.myspace.com/wavves músicas urgentes como "So Bored". Williams foi mais longe. Já circula na rede a definitiva "No Hope Kids", em que uma muralha de guitarras escora a aflitiva voz de Williams. Jesus & Mary Chain encontra Beach Boys.
O rock ainda é capaz de abrigar coisas interessantes e modernas.
 


Se a jovem guarda surgisse nestes anos 2000, saída de algum buraco paulistano, soaria mais ou menos como os Garotas Suecas. Rock sujo, feito de melodias redondas e bastante animação. Após uma temporada nos EUA que rendeu elogios de uma das integrantes do Sleater-Kinney, a banda retorna ao Brasil com um show hoje no Studio SP (r. Augusta, 591, São Paulo; à 0h; de R$ 10 a R$ 20; 18 anos).

thiago.ney@grupofolha.com.br


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