"New Amerykah" inaugura uma trilogia e marca volta da cantora americana

BRUNA BITTENCOURT
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um dos maiores nomes do r&b americano, a cantora Erykah Badu retorna com "New Amerykah Part One: the 4th World War", depois de cinco anos longe dos estúdios. O disco, que chega às prateleiras brasileiras com quase um ano de atraso, é o primeiro de uma anunciada trilogia -o segundo, "New Amerykah Part Two", será lançado em maio.
O trocadilho com o nome da cantora está no título do CD e na faixa que o abre, o funk "Amerykahn Promise", no qual Badu ironiza o consumismo da tal nova América: "Prometo para você/ Qualquer coisa que quiser/ Você irá comprar". Essa faixa mais politizada, que deve dar o tom da trilogia, pouco lembra a estreia da cantora, "Baduizm" (1997), um disco de soul, repleto de baladas, que lhe rendeu comparações com Billie Holiday, vendeu 3 milhões de cópias e recebeu quatro prêmios Grammy.
Depois dele, vieram "Mama's Gun" (2000) e "World Worldwide Underground" (2003), trabalhos mais experimentais, nos quais ela aprofundou seu diálogo com o funk e o hip hop, que marca "New Amerykah".

Hip hop na produção
Para o disco, Badu convocou um time de importantes produtores de hip hop, como Madlib e Questlove, baterista do The Roots, além de convidados como o guitarrista do Mars Volta Omar Rodríguez-López. Badu vai desde o soul que lhe deu fama ("That Hump") até o funk setentista ("The Cell"), passando pelo hip hop ("Soldier"), em uma fusão que a distingue das repetitivas cantoras do r&b americano atual.