São Paulo, sexta-feira, 04 de fevereiro de 2011

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Moda em transe

Edição inverno 2011 da São Paulo Fashion Week é marcada por novo esquema de segurança, protestos de fotógrafos e tumultos nos desfiles com celebridades

VIVIAN WHITEMAN
EDITORA DE MODA

A festa de debutante da São Paulo Fashion Week foi de arromba: celebridades a rodo, roupas chiquérrimas, pencas de seguranças, paparazzi, babado e confusão.
Em fase áurea de expansão, a semana de moda comandada por Paulo Borges armou uma edição com pompa e circunstância: nova decoração, nova entrada com projeto arquitetônico hypado e uma série de convidados famosos, entre eles, os atores Ashton Kutcher e Demi Moore, a top Lea T., Paris Hilton e a cantora Christina Aguilera.
Para embalar o pacotão VIP, Borges e sua equipe decidiram fechar o cerco da segurança. Para entrar na Bienal era preciso passar por duas barreiras. Nos camarins, a entrada era de fazer inveja a prédios militares.
Segundo Borges, a ideia era diminuir atrasos, o que de fato aconteceu. Porém o tal choque de ordem gerou problemas. As celebridades, por exemplo, foram "exibidas" em circos mal armados.
Fotógrafos e jornalistas foram hostilizados e esperaram durante horas para ter a chance de fotografar os astros por períodos que não passavam de cinco minutos ou para ganhar o direito de fazer uma só pergunta.
Tanta segurança de um lado, pouca de outro. No último dia do evento, os fotógrafos que cobriram a SPFW fizeram um protesto depois que um profissional da agência Getty teve seu equipamento, avaliado em R$ 20 mil, furtado na Bienal.
É claro que houve quem passasse, e muito, dos limites, como o fotógrafo que foi parar na delegacia por agredir a equipe de Alexandre Herchcovitch, após ser impedido de fotografar Lea T. Mas, em geral, as reclamações têm fundamento.
Na ânsia de ficar mais profissional, a SPFW "importou" o pior das semanas de moda internacionais: seguranças orientados a agir como se guardassem o Pentágono, assessores prepotentes e um esnobismo cafona.
Para um evento que sempre falou de coletividade e colaboração, esse esquema autoritário é um passo atrás.
Melhor seria convocar um conselho com membros das grifes, dos organizadores e da mídia, incluindo profissionais da imagem, para definir estratégias mais democráticas, boas para todos.
Foi tanto mau humor que os fashionistas torceram o nariz até para os desfiles. Injustiça: algumas grandes ideias deram as caras na passarela. Fique de olho.


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