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Livro e exposição elogiam o 'ivanpirismo' de Cardoso
CASSIANO ELEK MACHADO
da Reportagem Local
O "terrir" de Ivan Cardoso
não estará registrado apenas nas
telas dos auditórios do Museu
da Imagem e do Som.
Hoje, simultaneamente à
abertura do ciclo "Ivanpirismo,
a História de um Olho", será
inaugurada uma exposição sobre o cineasta e lançado o livro
"Heliglauber Glauberélio"
(Riofilme/MinC).
Na mostra estarão expostas
raridades "escavadas das tumbas" de Ivan Cardoso, como
brinca a coordenadora do evento, Leila D'Barsoles.
Entre as relíquias estão figurinos dos cults "O Segredo da
Múmia" e "Escorpião Escarlate" (alguns deles expostos hoje
por artistas performáticos),
além de letreiros originais e cartazes de filmes de Cardoso
-um deles feito por Hélio Oiticica.
O artista plástico também ganha homenagem no livreto
"Heliglauber Glauberélio", de
30 páginas.
Ilustrado por fotografias feitas
por Ivan Cardoso -e por fotogramas do filme "Câncer", de
Glauber-, o livro reúne textos
de Haroldo de Campos, Glauber
Rocha e de Oiticica.
Campos evoca o cineasta baiano e o artista carioca como
"duas versões do 'riocorrente'
(riverrum) joyceano" que
"confluem e dialogam -pororoca brasílica- no imaginário
de Ivan Cardoso, o nosferático
ivanpirista do terrir do
amor-humor".
Em um texto de Glauber Rocha (1939-1981), o cineasta defende que "o único eterno subversivo é o artista".
Da boca de Hélio Oiticica
(1937-1980) sai: "O artista só
pode ser inventor! Se ele não for
inventor, ele não é artista!".
O livro termina com um diálogo heliglauberiano. Transcrição
de "À Meia-Noite com Glauber", a conversa começa e termina com a participação de Zé
do Caixão.
No final, José Mojica Marins
aparece em meio a uma "tempestade de raios" para dizer:
"Você não viu nada... e quer ver
tudo... Viu tudo! Mas não viu
nada...".
Poderia ser o slogan do ciclo
de filmes de Ivan Cardoso.
Livro: Heliglauber Glauberélio
Autor: Ivan Cardoso (com textos de
Haroldo de Campos, Hélio Oiticica,
Glauber Rocha)
Lançamento: Riofilme/MinC
Quanto: preço não definido (30 págs.)
Exposição: Ivanpirismo, a História de
um Olho
Onde: Museu da Imagem e do Som (av.
Europa, 158, tel. 011/852-97)
Quando: hoje, às 20h; de quarta a
domingo, das 14h às 22h; até 8 de
fevereiro
Quanto: entrada franca
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