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MTV grava acústico especial com bandas gaúchas
JOSÉ FLÁVIO JÚNIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Embora desgastado e ultrapassado, o formato acústico ainda está longe de ser abandonado pela
MTV. Não importa que quase todos os medalhões do pop nacional já tenham participado do projeto: Ira!, Titãs, Capital Inicial,
Marina, Kid Abelha, Paralamas
do Sucesso, Engenheiros do Hawaii, Charlie Brown Jr, Lulu Santos etc... A emissora simplesmente não desiste dele.
No último fim de semana foi
gravado em São Paulo o primeiro
especial com mais de um participante. Previsto para ir ao ar no
fim de maio, o "Acústico MTV
Bandas Gaúchas" contou com Bidê ou Balde, Wander Wildner, Ultramen e Cachorro Grande. Cada
artista registrou cinco músicas,
sempre contando com um convidado numa delas, exceto Wander,
que não conseguiu Marcelo Camelo para uma participação. A
Sony-BMG bancou os custos da
produção (algo em torno de R$
200 mil), mesmo sem ter vínculo
com nenhum dos quatro.
Apenas a Ultramen conseguiu
um bom resultado. Com três discos na bagagem e ótimos músicos
na formação, a banda empolgou
os presentes, mesmo tendo de
driblar uma queda de gerador no
meio da performance. "Dívida",
dueto entre o vocalista Tonho
Crocco e o convidado Falcão (O
Rappa), é uma das raras músicas
com condições de trazer sucesso
comercial para o CD/DVD.
Wander Wildner, se não decepcionou, também não surpreendeu. A culpa foi da facilidade em
transpor seu punk-brega para o
formato acústico. As releituras de
"Eu Tenho uma Camiseta Escrita
Eu Te Amo" e "Mantra das Possibilidades" pouco acrescentaram
às originais. No final, dedicou
"No Ritmo da Vida" ao produtor
Tom Capone, morto em 2004.
A apresentação mais tensa foi a
da Cachorro Grande. Cumprindo
solicitação da Sony-BMG, a banda encarou dois dias de sobriedade e fez de tudo para manter o estado durante a gravação. Mas foi
preciso arranjar alguns "copos de
água" para descontrair os músicos em determinado momento.
Quando os integrantes começaram a se soltar, já era tarde. O repertório mal escolhido apresentou canções não muito acessíveis,
como "Dia Perfeito", com a voz e
o banjo de Paulo Miklos.
Já a performance do Bidê ou
Balde beirou o lastimável. Refém
das marcações, o sexteto foi incapaz de demonstrar personalidade. O vocalista Carlinhos Carneiro chegou a dizer que temia uma
reprimenda "da sala de controle"
por ter tirado seu banquinho do
lugar. Foram obrigados a repetir
todas as músicas.
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