São Paulo, sexta-feira, 04 de março de 2005

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MTV grava acústico especial com bandas gaúchas

JOSÉ FLÁVIO JÚNIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Embora desgastado e ultrapassado, o formato acústico ainda está longe de ser abandonado pela MTV. Não importa que quase todos os medalhões do pop nacional já tenham participado do projeto: Ira!, Titãs, Capital Inicial, Marina, Kid Abelha, Paralamas do Sucesso, Engenheiros do Hawaii, Charlie Brown Jr, Lulu Santos etc... A emissora simplesmente não desiste dele.
No último fim de semana foi gravado em São Paulo o primeiro especial com mais de um participante. Previsto para ir ao ar no fim de maio, o "Acústico MTV Bandas Gaúchas" contou com Bidê ou Balde, Wander Wildner, Ultramen e Cachorro Grande. Cada artista registrou cinco músicas, sempre contando com um convidado numa delas, exceto Wander, que não conseguiu Marcelo Camelo para uma participação. A Sony-BMG bancou os custos da produção (algo em torno de R$ 200 mil), mesmo sem ter vínculo com nenhum dos quatro.
Apenas a Ultramen conseguiu um bom resultado. Com três discos na bagagem e ótimos músicos na formação, a banda empolgou os presentes, mesmo tendo de driblar uma queda de gerador no meio da performance. "Dívida", dueto entre o vocalista Tonho Crocco e o convidado Falcão (O Rappa), é uma das raras músicas com condições de trazer sucesso comercial para o CD/DVD.
Wander Wildner, se não decepcionou, também não surpreendeu. A culpa foi da facilidade em transpor seu punk-brega para o formato acústico. As releituras de "Eu Tenho uma Camiseta Escrita Eu Te Amo" e "Mantra das Possibilidades" pouco acrescentaram às originais. No final, dedicou "No Ritmo da Vida" ao produtor Tom Capone, morto em 2004.
A apresentação mais tensa foi a da Cachorro Grande. Cumprindo solicitação da Sony-BMG, a banda encarou dois dias de sobriedade e fez de tudo para manter o estado durante a gravação. Mas foi preciso arranjar alguns "copos de água" para descontrair os músicos em determinado momento. Quando os integrantes começaram a se soltar, já era tarde. O repertório mal escolhido apresentou canções não muito acessíveis, como "Dia Perfeito", com a voz e o banjo de Paulo Miklos.
Já a performance do Bidê ou Balde beirou o lastimável. Refém das marcações, o sexteto foi incapaz de demonstrar personalidade. O vocalista Carlinhos Carneiro chegou a dizer que temia uma reprimenda "da sala de controle" por ter tirado seu banquinho do lugar. Foram obrigados a repetir todas as músicas.


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