São Paulo, terça-feira, 04 de março de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"Michelin" rebaixa casa do século 18

Restaurante Le Grand Véfour, que já teve Napoleão como cliente, caiu para duas estrelas no guia

DA REPORTAGEM LOCAL

Um dos mais antigos e tradicionais restaurantes franceses, o Le Grand Véfour foi rebaixado de três para duas estrelas na edição 2008 do conceituado "Guia Michelin", que chega às livrarias nesta quinta-feira.
Situado diante dos jardins do Palais Royal, o Le Grand Véfour foi fundado no final do século 18 e já teve entre seus clientes o imperador Napoleão Bonaparte (1769-1821), o escritor Victor Hugo (1802-1885) e o filósofo Jean-Paul Sartre (1905-1980).
É a segunda vez que o restaurante parisiense perde sua terceira estrela -em 1953, o então chef Raymond Oliver conseguiu a terceira estrela, retirada depois em 1983. Tocado desde 1991 por Guy Martin, a casa reconquistou, em 2000, a cotação máxima do guia francês.
Segundo o diretor do "Michelin", Jean-Luc Naret, inspetores anônimos jantaram no Le Grand Véfour de dez a 12 vezes nos últimos dois anos antes de decidirem pelo rebaixamento.
Julgados pela qualidade dos produtos servidos e pela maneira como são preparados, bem como pelo estilo de cozinha seguido e por suas dependências, os restaurantes avaliados devem, sobretudo, manter a regularidade, ou seja, "tudo no menu deve ser delicioso em toda refeição", diz Naret.
"No caso de Guy Martin, não significa que seu talento foi manchado, mas que a constância não foi mantida."
Em 2007, o "Michelin" já havia rebaixado a duas estrelas outra instituição parisiense, o Taillevent, que ostentava, há mais de 30 anos, a cotação máxima. O mesmo ocorreu, em 2006, com o La Tour d'Argent.

Três estrelas em Marselha
Entre os estabelecimentos agraciados neste ano, só um foi elevado à categoria dos três estrelas, o Le Petit Nice. Primeiro restaurante de Marselha a receber a cotação máxima, o Le Petit Nice tem à frente, desde 1990, o chef Gérald Passédat, reconhecido por fazer uma cozinha mediterrânea inventiva.
Para o chef, que considera o mar a sua horta, o "Michelin" recompensou "uma cozinha francesa, uma cozinha de gosto, uma cozinha do mediterrâneo, que usa abundantemente peixes e crustáceos locais".
Com a elevação do restaurante marselhês à cotação máxima, a França tem agora 26 restaurantes três estrelas, nove deles em Paris, 16 no interior e um em Mônaco. Sessenta e oito estabelecimentos, dos quais oito novos, conseguiram nesta edição as duas estrelas, enquanto outros 52 ganharam sua primeira estrela, elevando a 435 o número de restaurantes nesta categoria.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Exposição tem pintura, foto e videoinstalação
Próximo Texto: Crítica/show: Maiden empolga mesmo com som fraco
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.