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"Michelin" rebaixa casa do século 18
Restaurante Le Grand Véfour, que já teve Napoleão como cliente, caiu para duas estrelas no guia
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dos mais antigos e tradicionais restaurantes franceses,
o Le Grand Véfour foi rebaixado de três para duas estrelas na
edição 2008 do conceituado
"Guia Michelin", que chega às
livrarias nesta quinta-feira.
Situado diante dos jardins do
Palais Royal, o Le Grand Véfour
foi fundado no final do século
18 e já teve entre seus clientes o
imperador Napoleão Bonaparte (1769-1821), o escritor Victor
Hugo (1802-1885) e o filósofo
Jean-Paul Sartre (1905-1980).
É a segunda vez que o restaurante parisiense perde sua terceira estrela -em 1953, o então
chef Raymond Oliver conseguiu a terceira estrela, retirada
depois em 1983. Tocado desde
1991 por Guy Martin, a casa reconquistou, em 2000, a cotação
máxima do guia francês.
Segundo o diretor do "Michelin", Jean-Luc Naret, inspetores anônimos jantaram no Le
Grand Véfour de dez a 12 vezes
nos últimos dois anos antes de
decidirem pelo rebaixamento.
Julgados pela qualidade dos
produtos servidos e pela maneira como são preparados,
bem como pelo estilo de cozinha seguido e por suas dependências, os restaurantes avaliados devem, sobretudo, manter
a regularidade, ou seja, "tudo
no menu deve ser delicioso em
toda refeição", diz Naret.
"No caso de Guy Martin, não
significa que seu talento foi
manchado, mas que a constância não foi mantida."
Em 2007, o "Michelin" já havia rebaixado a duas estrelas
outra instituição parisiense, o
Taillevent, que ostentava, há
mais de 30 anos, a cotação máxima. O mesmo ocorreu, em
2006, com o La Tour d'Argent.
Três estrelas em Marselha
Entre os estabelecimentos
agraciados neste ano, só um foi
elevado à categoria dos três estrelas, o Le Petit Nice. Primeiro
restaurante de Marselha a receber a cotação máxima, o Le
Petit Nice tem à frente, desde
1990, o chef Gérald Passédat,
reconhecido por fazer uma cozinha mediterrânea inventiva.
Para o chef, que considera o
mar a sua horta, o "Michelin"
recompensou "uma cozinha
francesa, uma cozinha de gosto,
uma cozinha do mediterrâneo,
que usa abundantemente peixes e crustáceos locais".
Com a elevação do restaurante marselhês à cotação máxima, a França tem agora 26
restaurantes três estrelas, nove
deles em Paris, 16 no interior e
um em Mônaco. Sessenta e oito
estabelecimentos, dos quais oito novos, conseguiram nesta
edição as duas estrelas, enquanto outros 52 ganharam
sua primeira estrela, elevando a
435 o número de restaurantes
nesta categoria.
Com agências internacionais
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