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São Paulo, sexta-feira, 04 de abril de 2003

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CRÍTICA

CD é efêmero como juke-box

DA REPORTAGEM LOCAL

Tudo em "Mambo Sinuendo", do exuberante fragmento de Cadillac rabo-de-peixe de sua capa até a 12ª e última canção, "María La O", aponta para a mesma direção.
Houve uma Cuba, "subdiscursa" o álbum de Ry Cooder e Manuel Galbán, em que se podia rodar em carrões norte-americanos e na qual cada esquina tinha um bar, e em cada bar uma juke-box, repleta de delícias musicais legítimas do Tio Sam, ou por elas muito influenciadas.
Essa "pax" é o cenário desse álbum gravado no ano passado, mas com os dois pés fincados nos anos 50 pré-Fidel Castro.
Não é o mesmo passadismo, muito mais rico, da safra "Buena Vista Social Club", e seus maravilhosos "sons". Em um território musical muito mais mambo, e ao mesmo tempo mais pop (repare nos coros femininos edulcorados no tema-título), Cooder chega a um resultado descartável.
"Mambo Sinuendo" pode trazer alguma satisfação. Mas somada, não dura mais do que uma ficha de juke-box.
(CASSIANO ELEK MACHADO)


Mambo Sinuendo   
Lançamento: Warner
Artistas: Ry Cooder e Manuel Galbán
Quanto: R$ 25, em média



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