São Paulo, segunda-feira, 04 de abril de 2011

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CRÍTICA

Peça lança mão de jogo de inferências para tirar fôlego

CHRISTIANE RIERA
ENVIADA ESPECIAL A CURITIBA

Marcio Abreu, diretor da Companhia Brasileira de Teatro, cuja montagem "Vida" ganhou o prêmio Bravo! de melhor espetáculo no ano passado, volta com pulso forte. Para o bem ou para o mal, seu novo espetáculo, "Oxigênio", é de tirar o fôlego.
O texto do siberiano Ivan Viripaev abre com a afirmativa de que, em todos nós, há dois pulmões dançarinos: o direito e o esquerdo. A partir daí, os atores Rodrigo Bolzan e Patrícia Kamis, com respiração de aço, assumem os pontos de vista antagônicos do pulmão. Tal e qual, funcionam como um só órgão.
Contam a história do Sacha, da Sacha e de um crime passional, alvéolo dilatado por dez cenas, em que proposições categóricas criam um jogo de silogismo atordoante. De controvérsias políticas a pessoais, passam por Curitiba, Rússia, mundo árabe e um campo de flores.
O conflito de opiniões reproduz a sensação de navegação virtual deste terceiro milênio. Como em uma rede de interatividade, narrativas saltam de links para hiperlinks por atalhos desconhecidos, onde um "zoom in" nos aproxima de um tema e um "zoom out" nos afasta dali, curiosos para novas buscas.
Sob rock'n'roll ensurdecedor e dramaturgia que viaja com velocidade e abrangência de um Google Earth, é uma peça de hoje para ontem: cabe parar e respirar primeiro. E então pensar.



OXIGÊNIO
AVALIAÇÃO ótimo



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