São Paulo, sexta-feira, 04 de maio de 2007

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Última Moda

Alcino Leite Neto - ultima.moda@folha.com.br

Moda em cena

Estilistas criam figurinos para quatro espetáculos teatrais em São Paulo

O fascínio dos estilistas pela criação de figurinos para o teatro e a ópera vem de longe. Coco Chanel, Elsa Schiaparelli e Yves Saint-Laurent são apenas alguns dos grandes nomes da moda que se arriscaram a criar roupas para o palco.
No Brasil, o costureiro Dener foi um dos pioneiros desse intercâmbio: nos anos 70, assinou looks para montagens das óperas "La Bohéme" e "Lacmé". Agora, em São Paulo, o namoro entre profissionais da cena e da moda ganha novo fôlego em quatro peças com figurinos criados por estilistas.
Em "O Continente Negro", as roupas são assinadas por Sandra Pires, da Patachou; "O Método Grönholm" tem looks selecionados por Paula Raia e Fernanda de Goeye, da Raia de Goeye; "O Manifesto" conta com criações de Walter Rodrigues; e "Santidade" tem figurino de Alexandre Herchcovitch.
"O teatro exige muita sensibilidade do estilista. É preciso criar algo adequado ao texto e ao corpo do ator, que seja confortável e resistente, para ser usado todos os dias durante várias temporadas", afirma Marcelo Sebá, produtor de "O Manifesto", estrelado por Eva Wilma e Othon Bastos.
Nessa remontagem atualizada do texto do inglês Brian Clark, os protagonistas, um militar defensor da invasão do Iraque e sua mulher, contrária ao conflito, discutem amor e guerra dentro de modelos assinados por Walter Rodrigues.
"O Walter pegou as sutilezas do texto, fez algo elegante, não luxuoso, o que é essencial nessa peça", diz Sebá, que é diretor de marketing da Diesel no Brasil e começou sua carreira no teatro, há 20 anos, como assistente de produção de outra montagem dessa mesma peça de Clark.
Para Sandra, da Patachou, o desafio proposto pelo diretor Aderbal Freire Filho incluiu criar peças fáceis de tirar, já que os atores interpretam diferentes personagens envolvidos em problemas amorosos e têm poucos segundos para mudar de look. "No teatro, a roupa dá pele ao personagem, ajuda a contar uma história", afirma.
Ternos de Ricardo Almeida e tailleurs Dolce & Gabbana ajudaram Paula e Fernanda a contar a história de "O Método Grönholm", que mostra um grupo de executivos durante uma entrevista de emprego.
"Eles precisavam parecer poderosos, por isso escolhemos grifes renomadas. Mas o mais complicado foi pensar a relação da roupa com a luz, com o movimento de cena, enfim, com o conjunto", conta Paula.
Já Herchcovitch buscou soluções criativas para "Santidade", texto de José Vicente de Paula, dirigido por Marcelo Drummond e estrelado por Zé Celso Martinez Corrêa. Como a peça se passa num quarto, boa parte dela numa cama, o estilista criou edredons que funcionam como itens de figurino.
Herchcovitch já havia colaborado na montagem de "Hamlet" criada por Zé Celso e pelo Teatro Oficina nos anos 90 e diz ter adorado repetir a dose.
"O teatro me tira da rotina, faz com que eu precise criar seguindo expectativas claras e me dá a oportunidade de exercer o fascínio que tenho por figurinos. Além disso, trabalhar com o Zé Celso é uma honra", diz.


Santidade - estréia no dia 10, no teatro Oficina (r. Jaceguai, 520, tel. 0/xx/11/3106-2818) O Manifesto - estréia no dia 11, no teatro Renaissance (alameda Santos, 2.233, tel. 0/ xx/ 11/ 3069-2233) O Continente Negro - em cartaz no teatro Faap (r. Alagoas, 903, tel. 0/xx/11/3662-7233) O Método Grönholm - em cartaz no teatro das Artes, no shopping Eldorado (av. Rebouças, 3.970, tel. 0/xx/11/3034-0075)

Fast fashion

O FURACÃO KATE
Milhares de pessoas passaram horas na fila para comprar peças criadas por Kate Moss para a cadeia de lojas TopShop, em Londres. A top apareceu na vitrine da flagship da rede, em Oxford Circus, e levou os fashionistas ao delírio com uma performance "vitrine viva", que durou 30 segundos. Cada cliente pôde comprar, no máximo, cinco peças e havia um limite de 20 minutos para provar, pagar e sair da loja.

AVON & LACROIX
A americana Avon vai desenvolver duas fragrâncias para a francesa Christian Lacroix. Os perfumes vão se chamar Christian Lacroix Rouge, para mulheres, e Christian Lacroix Noir, para homens.

ESTANTE
O estilista Alexandre Herchcovitch autografa no dia 8 o seu livro "Cartas a um Jovem Estilista" (ed. Campus-Elsevier). Na Livraria da Vila (al. Lorena, 1731), a partir das 19h.

Dior, Chanel e Lancôme abrem lojas especiais de cosméticos em São Paulo

O mercado brasileiro de cosméticos é hoje um dos mais cobiçados no mundo. Não é à tôa que, no próximo dia 14, a Dior inaugura seu primeiro instituto de beleza de luxo no país e que duas outras gigantes do setor de cosméticos -a Chanel e a Lancôme- abriram em março lojas especiais em São Paulo.
O Brasil ocupa atualmente o terceiro lugar no ranking mundial de consumo de produtos de beleza e higiene. No ano passado, o setor movimentou US$ 18,2 bilhões (cerca de R$ 36 bilhões) no país -ultrapassando a França (US$ 14,1 bilhões) e ficando atrás apenas dos EUA (US$ 50,3 bilhões) e do Japão (US$ 29,7 bilhões).
O mercado brasileiro foi também o que mais cresceu em 2006 (26,2%, em relação a 2005) -seguido pelo da Rússia (14,4%) e o da China (11.6%), segundo informações do Euromonitor, fornecidas pela Abihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos).
O Instituto Dior, no Shopping Higienópolis, será o oitavo do gênero aberto pela grife no mundo. Com 25 m2, funcionará no mezanino da perfumaria Opaque e oferecerá tratamentos faciais e corporais.
A loja venderá produtos usados nos tratamentos. "A consumidora é conquistada após conferir a qualidade do produto e receber informações sobre como usá-lo", diz Evelyse Britto, diretora no Brasil do grupo LVMH (Moët Hennessy Louis Vuitton S.A.), dono da Dior.
A empresa planeja mais dois institutos iguais no país, ambos no Rio de Janeiro. "O potencial de consumo no Brasil está crescendo", diz Evelyse. "Hoje, o setor de perfumaria da Dior fatura o dobro da divisão de moda e, ao mesmo tempo, funciona como um primeiro contato do consumidor com a grife."
No mês passado, a Chanel abriu seu Make Up Studio, no shopping Iguatemi, o primeiro espaço exclusivo para os produtos de beleza da grife no Brasil. No estúdio, além de comprar os produtos, as consumidoras também recebem dicas gratuitas de consultoras e têm acesso a serviços pagos de maquiagem profissional.
Entre as opções disponíveis estão desde um batom hidratante, por R$ 88, até a disputada sombra Lumière d'Artifices, que custa R$ 379. "A grande sacada é deixar que as clientes mexam, experimentem e comparem os produtos", diz Cristiana Arcangeli, dona da filial paulistana do Make Up Studio.
Já o Centre de Beauté Lancôme, também inaugurado em março, funciona na perfumaria Vent Vert Specialité, no MorumbiShopping. O espaço oferece tratamentos faciais e corporais com produtos da própria marca -e o preço por sessão fica em torno de R$ 150.


com VIVIAN WHITEMAN

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