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Última Moda
Alcino Leite Neto - ultima.moda@folha.com.br
Moda em cena
Estilistas criam figurinos para quatro espetáculos teatrais
em São Paulo
O fascínio dos estilistas pela
criação de figurinos para o teatro e a ópera vem de longe. Coco Chanel, Elsa Schiaparelli e
Yves Saint-Laurent são apenas
alguns dos grandes nomes da
moda que se arriscaram a criar
roupas para o palco.
No Brasil, o costureiro Dener
foi um dos pioneiros desse intercâmbio: nos anos 70, assinou looks para montagens das
óperas "La Bohéme" e "Lacmé". Agora, em São Paulo, o namoro entre profissionais da cena e da moda ganha novo fôlego
em quatro peças com figurinos
criados por estilistas.
Em "O Continente Negro", as
roupas são assinadas por Sandra Pires, da Patachou; "O Método Grönholm" tem looks selecionados por Paula Raia e
Fernanda de Goeye, da Raia de
Goeye; "O Manifesto" conta
com criações de Walter Rodrigues; e "Santidade" tem figurino de Alexandre Herchcovitch.
"O teatro exige muita sensibilidade do estilista. É preciso
criar algo adequado ao texto e
ao corpo do ator, que seja confortável e resistente, para ser
usado todos os dias durante várias temporadas", afirma Marcelo Sebá, produtor de "O Manifesto", estrelado por Eva Wilma e Othon Bastos.
Nessa remontagem atualizada do texto do inglês Brian
Clark, os protagonistas, um militar defensor da invasão do
Iraque e sua mulher, contrária
ao conflito, discutem amor e
guerra dentro de modelos assinados por Walter Rodrigues.
"O Walter pegou as sutilezas do
texto, fez algo elegante, não luxuoso, o que é essencial nessa
peça", diz Sebá, que é diretor de
marketing da Diesel no Brasil e
começou sua carreira no teatro,
há 20 anos, como assistente de
produção de outra montagem
dessa mesma peça de Clark.
Para Sandra, da Patachou, o
desafio proposto pelo diretor
Aderbal Freire Filho incluiu
criar peças fáceis de tirar, já que
os atores interpretam diferentes personagens envolvidos em
problemas amorosos e têm
poucos segundos para mudar
de look. "No teatro, a roupa dá
pele ao personagem, ajuda a
contar uma história", afirma.
Ternos de Ricardo Almeida e
tailleurs Dolce & Gabbana ajudaram Paula e Fernanda a contar a história de "O Método
Grönholm", que mostra um
grupo de executivos durante
uma entrevista de emprego.
"Eles precisavam parecer poderosos, por isso escolhemos
grifes renomadas. Mas o mais
complicado foi pensar a relação
da roupa com a luz, com o movimento de cena, enfim, com o
conjunto", conta Paula.
Já Herchcovitch buscou soluções criativas para "Santidade", texto de José Vicente de
Paula, dirigido por Marcelo
Drummond e estrelado por Zé
Celso Martinez Corrêa. Como a
peça se passa num quarto, boa
parte dela numa cama, o estilista criou edredons que funcionam como itens de figurino.
Herchcovitch já havia colaborado na montagem de "Hamlet" criada por Zé Celso e pelo
Teatro Oficina nos anos 90 e
diz ter adorado repetir a dose.
"O teatro me tira da rotina, faz
com que eu precise criar seguindo expectativas claras e me
dá a oportunidade de exercer o
fascínio que tenho por figurinos. Além disso, trabalhar com
o Zé Celso é uma honra", diz.
Santidade - estréia no dia 10, no teatro Oficina
(r. Jaceguai, 520, tel. 0/xx/11/3106-2818)
O Manifesto - estréia no dia 11, no teatro Renaissance (alameda Santos, 2.233, tel. 0/ xx/
11/ 3069-2233)
O Continente Negro - em cartaz no teatro Faap
(r. Alagoas, 903, tel. 0/xx/11/3662-7233)
O Método Grönholm - em cartaz no teatro das
Artes, no shopping Eldorado (av. Rebouças,
3.970, tel. 0/xx/11/3034-0075)
Fast fashion
O FURACÃO KATE
Milhares de pessoas passaram horas na fila para comprar
peças criadas por Kate Moss
para a cadeia de lojas
TopShop, em Londres. A top
apareceu na vitrine da flagship
da rede, em Oxford Circus, e levou os fashionistas ao delírio
com uma performance "vitrine
viva", que durou 30 segundos.
Cada cliente pôde comprar, no
máximo, cinco peças e havia
um limite de 20 minutos para
provar, pagar e sair da loja.
AVON & LACROIX
A americana Avon vai desenvolver duas fragrâncias para a
francesa Christian Lacroix. Os
perfumes vão se chamar Christian Lacroix Rouge, para mulheres, e Christian Lacroix
Noir, para homens.
ESTANTE
O estilista Alexandre Herchcovitch autografa no dia 8 o seu
livro "Cartas a um Jovem Estilista" (ed. Campus-Elsevier).
Na Livraria da Vila (al. Lorena,
1731), a partir das 19h.
Dior, Chanel e Lancôme abrem lojas especiais de cosméticos em São Paulo
O mercado brasileiro de cosméticos é hoje um dos mais cobiçados no mundo. Não é à tôa
que, no próximo dia 14, a Dior
inaugura seu primeiro instituto
de beleza de luxo no país e que
duas outras gigantes do setor
de cosméticos -a Chanel e a
Lancôme- abriram em março
lojas especiais em São Paulo.
O Brasil ocupa atualmente o
terceiro lugar no ranking mundial de consumo de produtos de
beleza e higiene. No ano passado, o setor movimentou US$
18,2 bilhões (cerca de R$ 36 bilhões) no país -ultrapassando
a França (US$ 14,1 bilhões) e ficando atrás apenas dos EUA
(US$ 50,3 bilhões) e do Japão
(US$ 29,7 bilhões).
O mercado brasileiro foi
também o que mais cresceu em
2006 (26,2%, em relação a
2005) -seguido pelo da Rússia
(14,4%) e o da China (11.6%),
segundo informações do Euromonitor, fornecidas pela Abihpec (Associação Brasileira da
Indústria de Higiene Pessoal,
Perfumaria e Cosméticos).
O Instituto Dior, no Shopping Higienópolis, será o oitavo
do gênero aberto pela grife no
mundo. Com 25 m2, funcionará
no mezanino da perfumaria
Opaque e oferecerá tratamentos faciais e corporais.
A loja venderá produtos usados nos tratamentos. "A consumidora é conquistada após
conferir a qualidade do produto e receber informações sobre
como usá-lo", diz Evelyse Britto, diretora no Brasil do grupo
LVMH (Moët Hennessy Louis
Vuitton S.A.), dono da Dior.
A empresa planeja mais dois
institutos iguais no país, ambos
no Rio de Janeiro. "O potencial
de consumo no Brasil está crescendo", diz Evelyse. "Hoje, o
setor de perfumaria da Dior fatura o dobro da divisão de moda e, ao mesmo tempo, funciona como um primeiro contato
do consumidor com a grife."
No mês passado, a Chanel
abriu seu Make Up Studio, no
shopping Iguatemi, o primeiro
espaço exclusivo para os produtos de beleza da grife no Brasil. No estúdio, além de comprar os produtos, as consumidoras também recebem dicas
gratuitas de consultoras e têm
acesso a serviços pagos de maquiagem profissional.
Entre as opções disponíveis
estão desde um batom hidratante, por R$ 88, até a disputada sombra Lumière d'Artifices,
que custa R$ 379. "A grande sacada é deixar que as clientes
mexam, experimentem e comparem os produtos", diz Cristiana Arcangeli, dona da filial
paulistana do Make Up Studio.
Já o Centre de Beauté Lancôme, também inaugurado em
março, funciona na perfumaria
Vent Vert Specialité, no MorumbiShopping. O espaço oferece tratamentos faciais e corporais com produtos da própria marca -e o preço por sessão fica em torno de R$ 150.
com VIVIAN WHITEMAN
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