São Paulo, segunda-feira, 04 de maio de 2009

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Plateia enfrenta lotação no Municipal

No show do Tom Zé, ontem, fã foi à beira do palco fazer reclamação, aos berros; cantor continuou com a apresentação

No espaço montado na av. São João, a cantora Maria Rita encerrou o evento, no início da noite de ontem; local recebeu Novos Baianos


DA REPORTAGEM LOCAL

As apresentações no Teatro Municipal são historicamente as mais concorridas nas Viradas Culturais. Neste ano, por exemplo, o show de Tom Zé começava à 0h de ontem. Mas, faltando mais de uma hora, a fila já dava voltas no teatro.
Dentro do Municipal, o público ficou preso no saguão do local por cerca de 40 minutos. Muitos vaiaram, e iniciou-se um empurra-empurra. Quando abriram-se as portas da plateia, houve correria em direção às cadeiras.
Tom Zé entrou no palco com um capuz preto de motoqueiro, daqueles que deixam apenas boca e olhos de fora. Foi recebido de pé por uma plateia composta por adolescentes e uma maioria com menos de 30.
Logo depois da primeira música, uma menina se levantou e, indignada, foi para a beira do palco. A luz da plateia acendeu, e ela disse para o cantor: "Eu tenho uma reclamação a respeito deste evento, cara!".
Tom Zé não deu bola e voltou a cantar. Nervosa, a menina levantou o dedo médio para o cantor, pegou a mochila e saiu pelo meio da plateia. Virou-se novamente para o cantor no palco, repetiu o gesto (vaiada pelo público) e saiu do teatro. Naquele momento, Tom Zé cantava versos como "São São Paulo meu amor, São São Paulo quanta dor...".

Hippies
Uma massa hippie ocupou os canteiros da avenida São João para assistir ao show dos lendários Novos Baianos, às 15h.
A cantora Baby do Brasil lembrou ao público que era, agora, cantora gospel e disse que estar ali era "uma bênção".
A arquiteta e cenógrafa Amanda de Freitas Coelho, 26, assistiu ao último dia da Virada no palco da avenida São João. "Tá difícil de se movimentar. Os palcos são próximos, e vira tudo um aglomerado de gente", disse. "Mas acho o evento importante pela mistura de pessoas de diferentes classes, desde o hippie até a patricinha."
O último show da Virada, com Maria Rita, às 18h, atrasou cinco minutos e também lotou a avenida São João. A essa altura, os banheiros químicos colocados na região estavam inutilizáveis e eram alvo da maior parte das reclamações de quem passou pelo local ontem.

Pernil reajustado
O palco da São João, um dos principais da Virada, só lotou de fato pouco antes da 0h de ontem, para o show de Marcelo Camelo. Na plateia, o esperado: fãs dos Los Hermanos chorando, gritos e alguns coros tímidos pedindo músicas da banda.
Camelo atendeu. Tocou os hits "Morena" e "Além do que se Vê". "Me falavam da importância desse evento. Estar no centro de São Paulo, com esses prédios e vocês, é a coisa mais linda do mundo", disse.
Numa das laterais do palco, Mallu Magalhães, cantora e namorada do músico, acompanhava a apresentação.
No palco da av. São João, além dos tradicionais cachorro-quente e hambúrguer, era possível encontrar açaí (em potes de R$ 2 a R$ 4), acarajé (a R$ 5), cuscuz e tapioca (a R$ 3). O sanduíche de pernil com queijo, um dos itens mais vendidos em 2008, teve o preço "remarcado" -de R$ 5 para R$ 6. "Tudo subiu. O pernil subiu também", justificou o ambulante Ananias Pereira dos Santos, 39.


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