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Plateia enfrenta lotação no Municipal
No show do Tom Zé, ontem, fã foi à beira do palco fazer reclamação, aos berros; cantor continuou com a apresentação
No espaço montado na av. São João, a cantora Maria Rita encerrou o evento, no início da noite de ontem; local recebeu Novos Baianos
DA REPORTAGEM LOCAL
As apresentações no Teatro
Municipal são historicamente
as mais concorridas nas Viradas Culturais. Neste ano, por
exemplo, o show de Tom Zé começava à 0h de ontem. Mas,
faltando mais de uma hora, a fila já dava voltas no teatro.
Dentro do Municipal, o público ficou preso no saguão do
local por cerca de 40 minutos.
Muitos vaiaram, e iniciou-se
um empurra-empurra. Quando
abriram-se as portas da plateia,
houve correria em direção às
cadeiras.
Tom Zé entrou no palco com
um capuz preto de motoqueiro,
daqueles que deixam apenas
boca e olhos de fora. Foi recebido de pé por uma plateia composta por adolescentes e uma
maioria com menos de 30.
Logo depois da primeira música, uma menina se levantou e,
indignada, foi para a beira do
palco. A luz da plateia acendeu,
e ela disse para o cantor: "Eu tenho uma reclamação a respeito
deste evento, cara!".
Tom Zé não deu bola e voltou
a cantar. Nervosa, a menina levantou o dedo médio para o
cantor, pegou a mochila e saiu
pelo meio da plateia. Virou-se
novamente para o cantor no
palco, repetiu o gesto (vaiada
pelo público) e saiu do teatro.
Naquele momento, Tom Zé
cantava versos como "São São
Paulo meu amor, São São Paulo
quanta dor...".
Hippies
Uma massa hippie ocupou os
canteiros da avenida São João
para assistir ao show dos lendários Novos Baianos, às 15h.
A cantora Baby do Brasil
lembrou ao público que era,
agora, cantora gospel e disse
que estar ali era "uma bênção".
A arquiteta e cenógrafa
Amanda de Freitas Coelho, 26,
assistiu ao último dia da Virada
no palco da avenida São João.
"Tá difícil de se movimentar.
Os palcos são próximos, e vira
tudo um aglomerado de gente",
disse. "Mas acho o evento importante pela mistura de pessoas de diferentes classes, desde o hippie até a patricinha."
O último show da Virada,
com Maria Rita, às 18h, atrasou
cinco minutos e também lotou
a avenida São João. A essa altura, os banheiros químicos colocados na região estavam inutilizáveis e eram alvo da maior
parte das reclamações de quem
passou pelo local ontem.
Pernil reajustado
O palco da São João, um dos
principais da Virada, só lotou
de fato pouco antes da 0h de
ontem, para o show de Marcelo
Camelo. Na plateia, o esperado:
fãs dos Los Hermanos chorando, gritos e alguns coros tímidos pedindo músicas da banda.
Camelo atendeu. Tocou os
hits "Morena" e "Além do que
se Vê". "Me falavam da importância desse evento. Estar no
centro de São Paulo, com esses
prédios e vocês, é a coisa mais
linda do mundo", disse.
Numa das laterais do palco,
Mallu Magalhães, cantora e namorada do músico, acompanhava a apresentação.
No palco da av. São João,
além dos tradicionais cachorro-quente e hambúrguer, era
possível encontrar açaí (em potes de R$ 2 a R$ 4), acarajé (a R$
5), cuscuz e tapioca (a R$ 3). O
sanduíche de pernil com queijo, um dos itens mais vendidos
em 2008, teve o preço "remarcado" -de R$ 5 para R$ 6. "Tudo subiu. O pernil subiu também", justificou o ambulante
Ananias Pereira dos Santos, 39.
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