São Paulo, quarta-feira, 04 de junho de 2008

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Seleção tem biografia de Tim e obra de Maitê

Nova editora do grupo Ediouro, Plugme põe no mercado em julho 16 títulos em CD

"Tiragem" inicial terá 5.000 cópias, mesma média de livros impressos; depois, devem ser lançados de dois a quatro títulos por mês

EDUARDO SIMÕES
DA REPORTAGEM LOCAL

Mercado que nos Estados Unidos já responde por cerca de 10% do volume total de vendas das editoras, os audiolivros ainda engatinham no Brasil e permanecem como sinônimo das antigas leituras da Bíblia feitas por Cid Moreira. No início de julho, o país terá sua primeira grande empreitada no segmento, com a chegada da Plugme, nova editora do grupo Ediouro, que lançará 16 títulos em formato de CD, e outros exclusivamente para download em MP3 em www.plugme.com.br.
O investimento foi de R$ 1 milhão. Com "tiragem" inicial de 5.000 cópias -mesma média de livros impressos no mercado brasileiro-, cada lançamento em CD vai custar entre R$ 24,90 e R$ 29,90. Já os arquivos para baixar pela internet ficarão entre R$ 14,90 e R$ 19,90. Os textos foram adaptados e os arquivos de áudio terão entre cinco e oito horas de duração. Depois do primeiro pacote, a Plugme pretende lançar de dois a quatro novos títulos por mês.
"A idéia é entrar pesado no mercado. O Brasil vai passar de quase nada no setor de audiolivros ao melhor que podemos ter", diz Patrick Osinski, publicitário francês que vive há cinco anos no Brasil e que há seis meses está à frente do projeto, dentro da Ediouro.
"Não é uma experiência que se limita ao deficiente visual. Estamos pensando no tempo médio que o brasileiro leva no trânsito, que é longo. Eu estou esperando mudar a vida do paulista", brinca Osinski. "Eu mesmo ouço de três a quatro por semana."

Best-sellers
A primeira leva de lançamentos da Plugme tem best-sellers como "Alô, Chics!", narrado pela própria autora, a consultora de moda Gloria Kalil, e "Uma Vida Inventada", livro de memórias de Maitê Proença, lido pela própria atriz, num "duo" com Irene Ravache.
Em alguns casos, a narração também lançará mão de um expediente comum ao audiolivro no exterior: a contratação de atores famosos. Caso de Milton Gonçalves, que lê "A Vida Como Ela É", de Nelson Rodrigues, de Humberto Martins, que recita o best-seller "Marley e Eu", e de Paulo Betti, que deu voz a "A Lição Final", livro em que o professor americano Randy Pausch fala de sua vida depois de receber o diagnóstico de uma doença terminal.
"Achei muito interessante fazer porque gosto de ler em voz alta, é algo relacionado com meu trabalho", afirma Betti, que diz ter se emocionado durante a leitura. "Houve momentos em que minha voz se modificou e não era mera interpretação. Era real, porque eu estava de fato me emocionando com o que lia", diz o ator.
Os lançamentos não se limitam ao catálogo da Ediouro. Em uma segunda leva, a Plugme vai colocar no mercado títulos da coleção "Folha Explica", da Publifolha (entre eles os dedicados a Chico Buarque, Machado de Assis e Clarice Lispector, somente para download). Também há títulos da Martins Fontes e da Objetiva - caso de "Vale Tudo - O Som e a Fúria de Tim Maia", com direito ao autor Nelson Motta fazendo imitações do cantor biografado. As editoras parceiras terão uma cota dos lucros relacionada ao preço de capa do audiolivro.
A promoção dos audiolivros inclui várias ações. O publicitário Lula Vieira, diretor de marketing da Ediouro, diz que a editora vai distribuir "amostras" durante a sexta edição da Festa Literária Internacional de Parati, que acontece entre os dias 2 e 6 de julho. O investimento em propaganda, que incluirá ainda peças em rádio, televisão, cinema, jornais e revistas, deve chegar a R$ 700 mil, soma já prevista no orçamento inicial de R$ 1 milhão.
Osinski também vai lançar um "portal da voz". Pelo número 4003-7272, o consumidor poderá ouvir trechos, ou até mesmo um capítulo inteiro, de um determinado audiolivro da Plugme.


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