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Seleção tem biografia de Tim e obra de Maitê
Nova editora do grupo Ediouro, Plugme põe no mercado em julho 16 títulos em CD
"Tiragem" inicial terá 5.000 cópias, mesma média de livros impressos; depois, devem ser lançados de dois a quatro títulos por mês
EDUARDO SIMÕES
DA REPORTAGEM LOCAL
Mercado que nos Estados
Unidos já responde por cerca
de 10% do volume total de vendas das editoras, os audiolivros
ainda engatinham no Brasil e
permanecem como sinônimo
das antigas leituras da Bíblia
feitas por Cid Moreira. No início de julho, o país terá sua primeira grande empreitada no
segmento, com a chegada da
Plugme, nova editora do grupo
Ediouro, que lançará 16 títulos
em formato de CD, e outros exclusivamente para download
em MP3 em www.plugme.com.br.
O investimento foi de R$ 1
milhão. Com "tiragem" inicial
de 5.000 cópias -mesma média de livros impressos no mercado brasileiro-, cada lançamento em CD vai custar entre
R$ 24,90 e R$ 29,90. Já os arquivos para baixar pela internet ficarão entre R$ 14,90 e R$
19,90. Os textos foram adaptados e os arquivos de áudio terão
entre cinco e oito horas de duração. Depois do primeiro pacote, a Plugme pretende lançar
de dois a quatro novos títulos
por mês.
"A idéia é entrar pesado no
mercado. O Brasil vai passar de
quase nada no setor de audiolivros ao melhor que podemos
ter", diz Patrick Osinski, publicitário francês que vive há cinco anos no Brasil e que há seis
meses está à frente do projeto,
dentro da Ediouro.
"Não é uma experiência que
se limita ao deficiente visual.
Estamos pensando no tempo
médio que o brasileiro leva no
trânsito, que é longo. Eu estou
esperando mudar a vida do
paulista", brinca Osinski. "Eu
mesmo ouço de três a quatro
por semana."
Best-sellers
A primeira leva de lançamentos da Plugme tem best-sellers
como "Alô, Chics!", narrado pela própria autora, a consultora
de moda Gloria Kalil, e "Uma
Vida Inventada", livro de memórias de Maitê Proença, lido
pela própria atriz, num "duo"
com Irene Ravache.
Em alguns casos, a narração
também lançará mão de um expediente comum ao audiolivro
no exterior: a contratação de
atores famosos. Caso de Milton
Gonçalves, que lê "A Vida Como Ela É", de Nelson Rodrigues, de Humberto Martins,
que recita o best-seller "Marley
e Eu", e de Paulo Betti, que deu
voz a "A Lição Final", livro em
que o professor americano
Randy Pausch fala de sua vida
depois de receber o diagnóstico
de uma doença terminal.
"Achei muito interessante
fazer porque gosto de ler em
voz alta, é algo relacionado com
meu trabalho", afirma Betti,
que diz ter se emocionado durante a leitura. "Houve momentos em que minha voz se
modificou e não era mera interpretação. Era real, porque eu
estava de fato me emocionando
com o que lia", diz o ator.
Os lançamentos não se limitam ao catálogo da Ediouro.
Em uma segunda leva, a Plugme vai colocar no mercado títulos da coleção "Folha Explica",
da Publifolha (entre eles os dedicados a Chico Buarque, Machado de Assis e Clarice Lispector, somente para download).
Também há títulos da Martins
Fontes e da Objetiva - caso de
"Vale Tudo - O Som e a Fúria de
Tim Maia", com direito ao autor Nelson Motta fazendo imitações do cantor biografado. As
editoras parceiras terão uma
cota dos lucros relacionada ao
preço de capa do audiolivro.
A promoção dos audiolivros
inclui várias ações. O publicitário Lula Vieira, diretor de marketing da Ediouro, diz que a
editora vai distribuir "amostras" durante a sexta edição da
Festa Literária Internacional
de Parati, que acontece entre os
dias 2 e 6 de julho. O investimento em propaganda, que incluirá ainda peças em rádio, televisão, cinema, jornais e revistas, deve chegar a R$ 700 mil,
soma já prevista no orçamento
inicial de R$ 1 milhão.
Osinski também vai lançar
um "portal da voz". Pelo número 4003-7272, o consumidor
poderá ouvir trechos, ou até
mesmo um capítulo inteiro, de
um determinado audiolivro da
Plugme.
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