São Paulo, sexta-feira, 04 de junho de 2010

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"Cobramos para manter a obra", diz filho de Clark

DE SÃO PAULO

Lygia Clark (1920-1988) foi uma das artistas mais experimentais do século 20, rompendo totalmente com o objeto. As imposições da associação dirigida por seu filho Álvaro Clark não seriam uma contradição a isso?
"Minha mãe nasceu rica, casou com homem rico e, na separação, recebeu 86 apartamentos, que ela foi vendendo um a um, para fazer a obra dela. Só não morreu pobre porque eu ajudei. Muitas vezes não comemos goiabada com queijo porque ela não tinha dinheiro para a feira. A gente cobra porque é preciso, para manter a obra dela", diz Álvaro Clark.
Há dez anos, segundo ele, um "Bicho" era vendido por US$ 3.500 (R$ 6.400). "Na semana passada, ele foi vendido por US$ 584 mil (R$ 1 milhão), graças ao nosso trabalho, que incluiu uma limpeza no mercado".
Já sobre a Bienal, ele diz que suas exigências nunca foram questionadas pelo curador Moacir dos Anjos.
"Ele apenas pediu a redução de custos. O que eu não queria era que a Suely Rolnik escrevesse sobre a Lygia, pois ela está organizando essas exposições no Nordeste sem sequer nos consultar. Ela não pode usar o nome de Lygia Clark porque a lei não permite. O trabalho dela é bom, mas ela não pode usar o que é nosso", diz Clark. Rolnik não quis se manifestar.
Quanto ao livro de Maria Alice Milliet, Clark diz que a editora não pediu licença para publicação: "Pedimos R$ 120 por imagem, mas esse valor cai de acordo com a quantidade. Tem muita gente falando sobre a associação que não se interessa em perguntar a verdade". (FCY)


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