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São Paulo, sexta-feira, 04 de julho de 2003

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ERIKA PALOMINO

Silvia Boriello
Ives Kolling (Patachou)


MODELOS: A COMISSÃO DE FRENTE DA MODA

As modelos são a alma do negócio. Apaixonam stylists e estilistas, interpretando as roupas. A magia começa nos castings, quando elas são primeiro vistas, para ter a explosão na passarela. Tops se consagram, quase sempre abrindo os desfiles. As favoritas: Raquel Zimmerman, top internacional em momento memorável, abriu Rosa Chá, Iódice e Forum.
Jeísa encantou todos na Triton e Sommer, romântica. Michelle Alves, que mulherão!, abriu para Lino Villaventura e Reinaldo Lourenço. Ives Kolling veio linda, introduzindo a Patachou e os looks de Alexandre Herchcovitch.
Dentre as revelações, a menina que está encantando a mídia (e esta colunista, em especial) é Carol Francisquini, 14 anos, seis meses de profissão. Ela pegou 16 desfiles e abriu, até aqui, o desfile (masculino!) de Maxime Perelmuter.
Carol é de Valinhos e venceu o concurso da agência Mega em 2002. "Ela é a nova Amanda Moore", empolga-se Giovanni Bianco. "Ela é a nova Isabelli Fontana", apaixona-se Jackson Araujo.
Ela é tudo, digo eu. Com seu ar adolescente, parece sempre que vai rir de tudo a qualquer instante. Afirma que gosta de jogar bola, ver televisão e comer (só pesa 51 kg, com seus 1,77 m). Na loucura da São Paulo Fashion Week, acorda às 6h e dorme às 2h. "Mas é dessa correria de que eu mais gosto", diz, linda.

FORMA E PROPORÇÃO LEVAM AO ÚNICO
Forma e proporção. São duas das principais chaves da moda hoje. Alexandre Herchcovitch e Reinaldo Lourenço avançam nesses aspectos, dentro da superquarta, dia de nomes importantes da São Paulo Fashion Week, que teve também os medalhões Forum e Zoomp. Reinaldo Lourenço batiza sua coleção de "Hip Hop e Roses", as duas principais idéias de seu verão. É o flerte mais expressivo do estilista com o esportivo, e a linguagem do estilo americano atende ao desejo pelos sinais vindos das ruas. Mas o mais expressivo são os vestidos batizados de "palitos", em tressê. Não têm costura, vêm com rebites e ilhoses. A imbricada construção desafia o olhar e seduz.
Da mesma maneira, a explosão multicolorida dos vestidos finais em chita de Alexandre Herchcovitch confunde a vista, dilatando as pupilas. No corpo das modelos, acompanham os desenhos dos quadris e ganham movimento com a maestria do corte e da modelagem. No jeans, o recorte ganha pespontos em fio dental, com rigor na costura e cheiro de menta, prática do estilista desde sua adolescência que chega a 2.000 peças nas lojas. Já os recortes de patchwork lembram a ingenuidade e o acaso dos remendos das festas juninas, na singeleza e no delírio que a moda pede hoje para rebater a realidade.
Em viagens estéticas, o exótico se consagra. Como em Lino Villaventura e, de outra maneira, na Zoomp. A marca de Renato Kherlakian agora brinca de México, numa coleção mais corajosa e bem-sucedida. Não é preciso ter medo, os consumidores percebem o cheiro do novo. Querem o único.

palomino@uol.com.br
www.erikapalomino.com.br


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