São Paulo, quarta-feira, 04 de julho de 2007

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Crítica

Tempo foi cruel com as grandes idéias de Wyler

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Ninguém mais estuda os filmes de William Wyler. Estuda-se muito mais Peter Greenaway, por exemplo. Mas Greenaway é óbvio, enquanto Wyler é um mistério.
Tome-se "Rosa da Esperança" (TCM, 17h45), seu filme de 1942. Para ficar só no início, Wyler sabe mostrar uma cidade explorando a profundidade de campo como ninguém. Depois, dedica-se a detalhar a vida de uma família inglesa abastada: compras, gostos, idéias, discussões.
Wyler sabe como relevar a arte de um bom fotógrafo, como explorar o alto e o baixo de uma cena, tanto quanto as nuances psicológicas dos personagens. E, no entanto, todas essas artes -que tanto impressionaram seus contemporâneos- hoje nos parecem meramente cosméticas, como se nos desviasssem do assunto.
Por que isso acontece? É um mistério. Talvez Wyler parecesse, em sua época, mais profundo do que era. O tempo, no cinema, costuma ser cruel com as grandes idéias.


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