São Paulo, sexta-feira, 04 de agosto de 2006

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Peaches volta bem mais desbocada em novo CD

Cantora defende a tese de que "transar é melhor do que matar sob encomenda"

Em "Impeach my Bush", a "rainha" canadense está mais roqueira; álbum chega ao Brasil no fim deste mês, pela gravadora Sum Records


Divulgação
A rainha do electro punk Peaches, que lança seu terceiro disco


ADRIANA FERREIRA SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

As moças citadas na página ao lado são desbocadas e cheias de atitude, certo? Sendo assim, quais adjetivos empregar para descrever uma cantora que abre um álbum gritando "Prefiro transar com quem eu quero a matar sob encomenda" e segue, em outras faixas, contando o que gostaria de ver dois garotos fazendo na cama?
As definições variam de música pornográfica, de baixaria, boca suja, ou, simplesmente, "isso só pode ser coisa da Peaches". Pois é tratando de temas como esses que a rainha do electro punk canadense reaparece no cenário com seu terceiro (e melhor) disco, "Impeach my Bush", que acaba de sair no exterior e chega ao Brasil, pela Sum Records, no fim deste mês.
O título, um trocadilho com o órgão sexual feminino e o nome do presidente norte-americano George W. Bush, batiza a música de abertura, "Fuck or Kill" apologia contra a guerra. "Não acho que estou mais política", disse Peaches à Folha. "Acho esse álbum tão político quanto os outros. Neles, sempre questionei a autoridade, o poder e como tratamos os gêneros." Suas letras, explica, são uma resposta para o que dizem rappers e roqueiros. "Há um rap do Busta Rhymes chamado "Your Ass on Fire", no qual ele diz "seu traseiro é tão grande, ponha o clube em seu traseiro".
Então respondo com "seu pau é tão grande em suas calças'", diz ela, referindo-se a faixa "Tent in Your Pants".
Ex-produtora de programas infantis e com passagens por bandas como a punk The Feedom, Merrill Nisker se transformou em Peaches em 2000, quando lançou o CD "The Teaches of Peaches" e emplacou o hit "Fuck the Pain Away", símbolo da então efervescente cena electro punk. A música foi cantada em coro pelos brasileiros que assistiram boquiabertos ao seu enérgico show no Tim Festival de 2003, no Rio.
Depois do fraco "Fatherfucker", de 2003, é um alívio ouvir um disco em que Peaches recupera o vigor da estréia. Mais para o rock do que para o electro, desta vez ela desistiu de fazer tudo sozinha e dividiu a produção com o norte-americano Mickey Petralia. "Foi ótimo porque ele é muito bom gravando instrumentos ao vivo, como baterias, guitarras, velhos teclados moog. Por isso, tive mais tempo para escrever e pensar sobre as sonoridades."
Se no último trabalho Peaches fazia um dueto com Iggy Pop, neste, recebe colaborações da ícone roqueira Joan Jett, que ela já havia sampleado no CD anterior, de Beth Ditto, vocalista do The Gossip, e Samantha Maloney, ex-Hole.
Sobre sua discografia, ela diz que o primeiro CD era uma introdução, com ela falando diretamente sobre sexo. No segundo, Peaches quis mostrar seu lado masculino, por isso aparece de barba na capa. "Agora, estou pronta para me juntar às pessoas e fazer uma revolução.
Se você não entende Peaches, então peça o impeachment de minha "pussy" [vagina] ou do presidente." Meninas, uni-vos!

IMPEACH MY BUSH
Artista:
Peaches (XL/Sum Records)
Quanto: R$ 30, em média


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