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Ronaldo Correia de Brito ganha Prêmio SP de Literatura
ILUSTRADA Altair Martins também levou R$ 200 mil
MARCOS STRECKER
RAQUEL COZER
DA REPORTAGEM LOCAL
O escritor Ronaldo Correia
de Brito foi o grande vencedor
da segunda edição do Prêmio
São Paulo de Literatura. Seu romance "Galileia" (Alfaguara)
foi eleito melhor livro do ano. O
gaúcho Altair Martins foi escolhido melhor autor estreante
por "A Parede no Escuro" (Record). Cada um receberá R$
200 mil, o maior valor pago a
um prêmio literário no país.
Concorriam na categoria melhor livro do ano dez autores,
incluindo José Saramago ("A
Viagem do Elefante"), o colunista da Folha Moacyr Scliar
("Manual da Paixão Solitária")
e Milton Hatoum ("Órfãos do
Eldorado"). Entre os dez finalistas em romance de estreia,
estavam o colunista da Folha
Contardo Calligaris ("O Conto
do Amor") e Marcus Freitas
("Peixe Morto").
Cearense radicado em Recife, o médico Correia de Brito,
58, é dramaturgo e autor das
coletâneas de contos "Livro
dos Homens" e "Faca" (ambas
pela Cosac Naify) e "As Noites
e os Dias". Disse à Folha que
"desejava" o prêmio, mas não o
esperava. "São Paulo é importante para mim, você nem imagina. É uma espécie de destino
para todo nordestino."
O escritor afirmou não saber
o que fará com os R$ 200 mil.
"Comprar sushi", brincou. "Galileia" narra a visita emocional
de três primos ao sertão do
Ceará (na Fazenda Galileia),
onde comparecem para a festa
de aniversário do patriarca e
reavaliam suas infâncias.
O estreante Altair Martins,
34, disse que ele e Correia de
Brito apostaram durante o dia
que, se um dos dois ganhasse,
pagaria o jantar do outro.
"Confiava no meu livro, mas
sem expectativa. Sou autor de
pouca visibilidade", disse Martins, que dá aulas de literatura
em Porto Alegre e cujo romance, elaborado ao longo de sete
anos, foi concluído em 2006
como dissertação de mestrado
na UFRGS. O livro entrelaça as
histórias de duas famílias que
se veem sem a figura paterna.
O governador José Serra
(PSDB) e o prefeito Gilberto
Kassab (DEM), que não compareceram à primeira edição,
ressaltaram ontem os feitos do
governo na área de cultura.
Serra disse que o prêmio já está
consolidado, "ao menos enquanto o [secretário de cultura
João] Sayad estiver aqui e nós à
frente do governo".
O júri que selecionou os dois
vencedores foi composto pelo
escritor Cristovão Tezza (vencedor em 2008), pela professora Walnice Nogueira Galvão,
pelo crítico Luis Antonio Giron, pelo livreiro Aldo Bocchini
e por Claudiney Ferreira, representando os leitores.
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