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11 DE SETEMBRO
Evento assiste a crescimento de
adeptos da facção "do contra"
DE NOVA YORK
Nem tudo são homenagens, palavras bonitas e lágrimas nos
olhos quando se trata de 11 de setembro. Quanto mais a data fica
distante, mais cresce uma facção
"do contra", que enxerga, analisa
e comenta o evento com olhos críticos. Também aqui há dinheiro
para todo o mundo.
Abre a lista o já citado Noam
Chomsky, cujo livrete "9-11", crítico ao governo de George W.
Bush, à reação contra o terror e à
política externa norte-americana
da primeira à última página, já
vendeu espantosos 200 mil exemplares. Ele encabeça a trindade
dos anticristos do patriotismo.
As outras duas bases são formadas pelo documentarista de esquerda Michael Moore, cujo livro
"Stupid White Men", dedicado a
Bush, vendeu 500 mil cópias e
continua na lista dos mais vendidos do "The New York Times", e
o polêmico "9/11, The Big Lie".
Escrito pelo francês Thierry
Meyssan, a obra foi ridicularizada
pela mídia local, mas é best-seller
na França desde o começo do ano
e exemplar mais bem-acabado de
teoria da conspiração: defende
que os aviões que atingiram o
World Trade Center eram guiados na verdade por controle remoto por militares norte-americanos e que o Pentágono foi atacado por um míssil.
"Minha esperança é que haja
um debate sobre o que realmente
aconteceu e que a opinião pública
norte-americana e do resto do
mundo seja alertada", disse Meyssan, 45, do alto de suas 200 mil cópias vendidas e propostas (da Europa, claro) de transformar o livro
em longa-metragem.
Na mesma linha, mas com mais
fundamento, está o documentário "Afghanistan Year 1380", que
a emissora de TV pública PBS planeja exibir na segunda-feira. O especial retrata os supostos membros da Al-Qaeda presos na base
militar norte-americana de Guantánamo como miseráveis que são
tão vítimas quanto os mortos do
World Trade Center.
Com 53 minutos de duração, o
documentário se refere ao ano de
2001 segundo o calendário persa
usado pela maioria dos afegãos e
acompanha o dia-a-dia de um
grupo de médicos voluntários italianos, que percorre o mundo visitando zonas de conflito e prisões
militares e prestando assistência.
Tamanha imparcialidade no
tratamento do que já foi chamado
de "Cruzada Antiterror" levantou
os cabelos dos tablóides conservadores de Nova York. O "Post" tratou do assunto com a manchete
"exposição indecente" e criticou o
"oportunismo" da emissora.
(SÉRGIO DÁVILA)
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