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NOITE DA MODA
Wintour fala sobre evento que festeja o consumo
Em reação à crise que atingiu
a indústria e o comércio da moda nos EUA, a editora Anna
Wintour, da revista "Vogue",
teve a ideia de realizar um dia
especial de comemoração do
consumo, o Fashion's Night
Out (Moda Noite Adentro).
Como a crise foi global, a
ideia se espalhou, e lojistas e
empresários de 14 capitais firmaram sua participação no
evento, no próximo dia 10,
quando também começa a semana de moda de Nova York.
Neste dia, lojas e shoppings
de Nova York, Londres, Madri,
Paris, Milão, Berlim, Atenas,
Moscou, Pequim, Nova Delhi,
Tóquio, Taipei, além do Rio e
de São Paulo ficarão abertos até
a meia-noite e terão atrações
especiais (como shows, gincanas, desfiles e sorteios) para
atrair os clientes.
Mais de 200 lojas no Brasil
aderiram ao Fashion's Night
Out, que é apoiado pela "Vogue" nacional. Em São Paulo, o
circuito vai incluir a região da
Oscar Freire, a Villa Daslu e os
shoppings Iguatemi e Market
Place, entre outros locais.
"Nós não nos sentamos atrás
de nossas mesas e ficamos assistindo a derrocada de uma indústria que nos apaixona; fazemos o possível para ajudar o
mundo da moda em escala global", diz Wintour a respeito de
sua iniciativa, na entrevista a
seguir, feita por e-mail.
FOLHA - Por que a sra. decidiu criar
o Fashion's Night Out? Não vê conflito entre a sua atividade de jornalista e a decisão de promover um
evento comercial como este?
ANNA WINTOUR - O evento foi
idealizado para ajudar designers e varejistas que estavam
-e ainda estão- sofrendo por
causa dos problemas econômicos. Naquela época, todas as
notícias falavam sobre como as
pessoas estavam sendo aconselhadas a cortar suas despesas
em roupas. Não me lembro de
ninguém dizendo: "Não vá ao
cinema" ou "não vá jantar fora"! Eu e aqueles que logo
apoiaram o Fashion's Night
Out queríamos lembrar a todos
que a moda é alguma coisa que
realmente pode transformar e
enriquecer nossas vidas e a
compreensão que temos de nós
mesmos. A reação foi inacreditável e mostra o que pode ser
feito se todos trabalhamos juntos. Eis porque "Vogue" envolveu-se tanto com o evento nos
últimos meses: ele é uma outra
parte do que fazemos nesta revista. Nós não nos sentamos
atrás de nossas mesas apenas e
ficamos assistindo à derrocada
de uma indústria que nos apaixona; fazemos o possível para
ajudar o mundo da moda em
escala global.
FOLHA - Como vê a participação de
São Paulo no evento?
WINTOUR - O envolvimento de
São Paulo é crucial, porque a cidade tem uma semana de moda
que atrai uma multidão internacional e estilistas que estão
se tornando cada vez mais conhecidos em todo o mundo. A
moda não existe mais apenas
nas passarelas de Nova York
-ela está em toda parte.
FOLHA - O que vai mudar na moda
depois da crise econômica?
WINTOUR - Neste exato momento, a questão do Fashion's
Night Out é recordar às pessoas
que o ato de fazer compras pode ser divertido e alegre. Se
conseguirmos isso no dia 10, já
teremos feito diferença. E o que
dizer do futuro? Contanto que
os estilistas possam pensar
criativamente e comercialmente e sigam produzindo belas roupas que são sensíveis ao
mundo para o qual elas foram
criadas, sempre haverá mulheres que irão querer vestir essas
roupas -e nós continuaremos
a fotografá-las e a falar sobre
elas.
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