São Paulo, sábado, 04 de setembro de 2010

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CRÍTICA DRAMA

Irretocável como fábula pacifista, "Lemon Tree" ignora política

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Se há uma coisa que eu detesto são os filmes que me obrigam a gostar dele. Há de vários tipos. Um, muito frequente nos EUA, são os que vêm envoltos numa aura de inovação. Inovação meio suposta, como o atual "A Origem", pois aquilo que inova já se faz há uns 15 anos.
Pior são os filmes pacifistas, como "Lemon Tree" (TC Cult, 22h). Como ficar contra coisa de tão boa vontade?
Afinal, este filme israelense toma o partido da mulher árabe que terá sua plantação interditada para que um ministro de Israel se instale ali perto sem correr riscos.
Fábula irretocável da boa vizinhança. Seria ainda melhor se a questão da Palestina dependesse da boa vontade dos pacifistas israelenses.
Não depende. Estamos numa situação política (não esquecer desse dado) em que a guerra beneficia, internamente, os segmentos no poder -de ambos os lados. Essa é a questão verdadeira a abordar.


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