do enviado a Veneza

Steven Spielberg reinou no primeiro dia de Veneza 98. De camisa marrom, sem paletó ou boné, concedeu uma rara entrevista coletiva sobre a estréia européia de "O Resgate do Soldado Ryan" na abertura do festival. Leia abaixo uma síntese do encontro. (AL)

Pergunta - O senhor procurou um efeito de choque gráfico para ter impacto sobre as novas gerações?
Steven Spielberg - O vocabulário da guerra é o mesmo das histórias que meu pai me contava. Fiz o filme tão gráfico quanto os depoimentos que ouvi dos veteranos como ele. Não fui além.
Pergunta - Quais os efeitos especiais da batalha de abertura?
Spielberg - As pessoas têm me perguntado isso. Na verdade, eu desconstrui a tecnologia para ter de volta no filme algo tão cruel e tão aterrorizante quanto o registrado pelos documentaristas da época. Tirei 60% das cores para me aproximar dos filmes da época. Nisso me inspirei muito nos documentários de guerra rodados por George Stevens.
Pergunta - Que reação espera para o filme fora dos EUA?
Spielberg - Um filme tem de ter impacto para além da política ou de questões nacionais. Fiz sempre meus filmes sob um ponto de vista americano.
Pergunta - O que vem a seguir?
Spielberg - Meu próximo filme será a adaptação de "Memórias de uma Gueixa". Será cheio de mulheres com lindos vestidos.



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