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EXPOSIÇÃO
Mostra no Memorial da América Latina recupera a trajetória do líder revolucionário, criador da ALN
Marighella volta, 30 anos depois de morto
FERNANDO DE BARROS E SILVA
da Reportagem Local
De hoje a 4 de novembro, o Memorial da América Latina estará
exibindo a mostra "Encontra-se
Carlos Marighella - 30 Anos Depois", com 20 grandes painéis, de
1 x 1,20 metro, contendo fotos e
textos explicativos sobre a vida e a
trajetória política do líder revolucionário, assassinado há 30 anos,
em 4 de novembro de 1969.
Marighella foi morto com quatro tiros na alameda Casa Branca,
nos Jardins, em São Paulo, numa
emboscada armada pelas forças
da repressão do regime militar,
comandadas pelo então delegado
Sérgio Paranhos Fleury.
Era então o guerrilheiro mais
procurado do país, líder da ALN
(Ação Libertadora Nacional),
grupo armado de esquerda que
fundara em fevereiro de 68, depois de rompimento com o PCB.
A inauguração da exposição
ocorre hoje, às 19h30, com a presença de Clara Charf, militante de
esquerda filiada ao PT, companheira de Marighella durante 21
anos, de 1948 até sua morte.
Também estará presente à abertura o crítico literário Antonio
Candido, que escreveu um pequeno texto especialmente para a
exposição. Nele se lê: "Os que assumem a grave responsabilidade
de combater pelo interesse de todos tornam-se símbolos e constituem patrimônio coletivo. Carlos
Marighella deu a vida pelos oprimidos, os excluídos, os sedentos
de justiça. Ao fazê-lo, transcendeu a sua própria opção partidária e se projetou na posteridade
como voz dos que não se conformam com a iniquidade social".
A criação dos painéis são do artista gráfico Elifas Andreato. Os
textos, de Márcia Mascarenhas
Camargo. O curador da exposição, o jornalista e produtor cultural Vladimir Sacchetta, a define
como uma mostra "pequena e didática, cujo propósito é contextualizar e lembrar o papel de Marighella nas lutas sociais do país".
Os painéis são temáticos e obedecem a ordem cronológica. O
primeiro, intitulado "Família",
mostra os pais de Marighella (o
pai, um imigrante italiano, a mãe,
uma negra filha de escrava) e cenas de Salvador, na Bahia, onde
ele nasceu, em 5 de setembro de
1911. Estão retratadas a militância
de Marighella no PCB, sua participação como parlamentar na
Constituinte de 1946, as várias
prisões que sofreu até a morte.
Em setembro de 1996, a Comissão
Especial sobre os Mortos e Desaparecidos Políticos responsabilizou o Estado pelo seu assassinato,
por cinco votos a dois.
Exposição: "Encontra-se Carlos
Marighella - 30 Anos Depois"
Onde: galeria Marta Traba do Memorial
da América Latina (av. Auro Soares de
Moura Andrade, 664, metrô Barra Funda,
portão 5)
Quando: hoje, às 19h30; de ter. a dom.,
das 9h às 18h; até 4 de novembro
Quanto: entrada franca
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