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São Paulo, terça-feira, 04 de novembro de 2003

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Estratégia de lançamento visa vencer pirataria

PAOULA ABOU-JAOUDE
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O "ponto zero" é Nova York, às 9h de amanhã. Por cerca de 24 horas, 65 países assistirão simultaneamente à estréia de "Matrix Revolutions". No Brasil, o filme estréia às 12h e já há sessões esgotadas. Em Los Angeles, a primeira sessão será às 6h, o mesmo horário em que, há 50 anos, estreava o terror "O Museu de Cera", sucesso de Vincent Pryce em 3D.
O ataque globalizante de "Matrix" tem motivo oficial e outro que todos os envolvidos não procuram comentar. O oficial? "Pirataria! A gente rodou um filme que é muito excitante e não queremos que, cinco horas depois da primeira sessão, o carinha vá ali na esquina e compre um DVD pirata", diz Joel Silver à Folha.
O outro motivo, minimizado durante as entrevistas com o elenco de "Matrix", foi a má recepção da crítica e até dos fãs em relação à parte dois da trilogia, "Matrix Reloaded", lançada há seis meses. "Sempre fui muito claro sobre "Reloaded': era necessário esperar "Revolutions" estrear, pois os dois filmes são metades de um só", afirma Silver. "Mas mesmo assim nosso segundo filme teve mais sucesso que o primeiro e melhores críticas que "Matrix", então não sei por que falam tanto que houve um desapontamento."
Em 1999, "Matrix" rendeu um total de US$ 460 milhões em todo o mundo. Em maio, "Reloaded", mesmo com as espinafradas dos críticos, amealhou US$ 736 milhões. E espera-se que "Revolutions" fature cifra condizente à performance dos dois filmes, levando a franquia a um total geral de US$ 1,7 bilhão (cerca de R$ 5 bilhões). Segundo o produtor Silver, Keanu Reeves, o protagonista Neo, teria embolsado US$ 100 milhões, mas o ator nega.
Reeves, que chegou a passar até 12 horas por dia com a visão tapada para filmar uma cena em que luta de olhos vendados, vê o episódio como um marco. "A contribuição de "Revolutions", em termos de avanços tecnológicos no cinema, é imensa. A cena de luta espacial do filme é algo jamais visto antes", afirma.
"Revolutions" encerra a trilogia do mesmo jeito que ela comecou: sem que os irmãos Wachowski conversem com a imprensa. O produtor sai em defesa dos famosos "eremitas". "Os garotos estão presentes em todas as partes do processo, inclusive na supervisão das notas de produção à imprensa. Só não se sentem confortáveis discutindo o filme, e eu nunca os obriguei a fazerem o que nao queriam", diz Silver, que não tem dúvidas quanto ao destino da série. O filme tem um final aberto que será explorado em outras mídias. "Não haverá um quarto filme, mas teremos outras surpresas." Um DVD com os três filmes é esperado para o terceiro trimestre de 2004, e haverá ainda um novo game, que deverá solucionar os últimos mistérios.
Entre os trabalhos futuros dos envolvidos em "Matrix", destaca-se a versão cinematográfica do livro "O Alquimista", de Paulo Coelho, que Laurence Fishburne, o Morpheus da saga, se prepara para dirigir. O ator afirmou que Coelho "adorou" o novo roteiro e, ao ser indagado a respeito da falta de suporte crítico dos livros de Coelho, Fishburne bradou, em tom de brincadeira. "Danem-se os detratores. O livro é lindo."


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