|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Estratégia de lançamento visa vencer pirataria
PAOULA ABOU-JAOUDE
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O "ponto zero" é Nova York, às
9h de amanhã. Por cerca de 24 horas, 65 países assistirão simultaneamente à estréia de "Matrix Revolutions". No Brasil, o filme estréia às 12h e já há sessões esgotadas. Em Los Angeles, a primeira
sessão será às 6h, o mesmo horário em que, há 50 anos, estreava o
terror "O Museu de Cera", sucesso de Vincent Pryce em 3D.
O ataque globalizante de "Matrix" tem motivo oficial e outro
que todos os envolvidos não procuram comentar. O oficial? "Pirataria! A gente rodou um filme que
é muito excitante e não queremos
que, cinco horas depois da primeira sessão, o carinha vá ali na
esquina e compre um DVD pirata", diz Joel Silver à Folha.
O outro motivo, minimizado
durante as entrevistas com o elenco de "Matrix", foi a má recepção
da crítica e até dos fãs em relação à
parte dois da trilogia, "Matrix Reloaded", lançada há seis meses.
"Sempre fui muito claro sobre
"Reloaded': era necessário esperar
"Revolutions" estrear, pois os dois
filmes são metades de um só",
afirma Silver. "Mas mesmo assim
nosso segundo filme teve mais sucesso que o primeiro e melhores
críticas que "Matrix", então não sei
por que falam tanto que houve
um desapontamento."
Em 1999, "Matrix" rendeu um
total de US$ 460 milhões em todo
o mundo. Em maio, "Reloaded",
mesmo com as espinafradas dos
críticos, amealhou US$ 736 milhões. E espera-se que "Revolutions" fature cifra condizente à
performance dos dois filmes, levando a franquia a um total geral
de US$ 1,7 bilhão (cerca de R$ 5
bilhões). Segundo o produtor Silver, Keanu Reeves, o protagonista
Neo, teria embolsado US$ 100 milhões, mas o ator nega.
Reeves, que chegou a passar até
12 horas por dia com a visão tapada para filmar uma cena em que
luta de olhos vendados, vê o episódio como um marco. "A contribuição de "Revolutions", em termos de avanços tecnológicos no
cinema, é imensa. A cena de luta
espacial do filme é algo jamais visto antes", afirma.
"Revolutions" encerra a trilogia
do mesmo jeito que ela comecou:
sem que os irmãos Wachowski
conversem com a imprensa. O
produtor sai em defesa dos famosos "eremitas". "Os garotos estão
presentes em todas as partes do
processo, inclusive na supervisão
das notas de produção à imprensa. Só não se sentem confortáveis
discutindo o filme, e eu nunca os
obriguei a fazerem o que nao queriam", diz Silver, que não tem dúvidas quanto ao destino da série.
O filme tem um final aberto que
será explorado em outras mídias.
"Não haverá um quarto filme,
mas teremos outras surpresas."
Um DVD com os três filmes é esperado para o terceiro trimestre
de 2004, e haverá ainda um novo
game, que deverá solucionar os
últimos mistérios.
Entre os trabalhos futuros dos
envolvidos em "Matrix", destaca-se a versão cinematográfica do livro "O Alquimista", de Paulo
Coelho, que Laurence Fishburne,
o Morpheus da saga, se prepara
para dirigir. O ator afirmou que
Coelho "adorou" o novo roteiro e,
ao ser indagado a respeito da falta
de suporte crítico dos livros de
Coelho, Fishburne bradou, em
tom de brincadeira. "Danem-se
os detratores. O livro é lindo."
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Mônica Bergamo Índice
|