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Objetiva diz que reavaliará negócio, mas quer dar "benefício da dúvida"
DA SUCURSAL DO RIO
Em 24 de setembro, Objetiva
e Martin Claret divulgaram nota informando que tinham assinado um protocolo de intenções. Se uma auditoria não encontrasse obstáculos, a primeira editora compraria 75% das
ações da segunda, talvez ainda
neste ano.
"A auditoria estava avançando bem, mas agora a gente vai
considerar essa questão. É um
fato novo, relevante", disse à
Folha Roberto Feith, editor da
Objetiva, ao ser informado dos
casos de plágio das traduções
da Martin Claret.
Feith contou que, depois do
anúncio da carta de intenções,
recebeu telefonema de um outro editor alertando-o de que
poderia haver problemas com
traduções da Martin Claret.
"Conversei com o Claret e ele
me disse que, se problemas
existissem relativos ao passado, assumiria plena responsabilidade, honraria os compromissos no sentido de pagar o
que tivesse de ser pago, sanearia a questão. Acho que o senhor Claret é um homem sério
e acredito que ele vá fazer isso.
Quero dar o benefício da dúvida", afirmou Feith.
Invasão espanhola
A Martin Claret está no entroncamento de dois processos
em curso no mercado editorial
brasileiro. Um deles é a invasão
de fortes grupos estrangeiros,
em especial espanhóis.
O Santillana/Prisa, proprietário do maior jornal da Espanha, o "El País", entrou em
2001 no Brasil comprando, por
R$ 150 milhões, a Moderna,
uma das maiores no setor de livros didáticos.
Também adquiriu a Salamandra, originalmente voltada
para livros infantis, e em 2005
arrematou 75% da Objetiva por
R$ 20,3 milhões.
O Brasil já responde por 15%
do faturamento do grupo, sendo seu terceiro mercado -atrás
de Espanha e México. Os investimentos feitos aqui estão na
casa dos R$ 250 milhões.
O também espanhol Planeta,
um dos dez maiores grupos do
mundo, lançou há quatro anos
uma editora com seu nome no
Brasil, fazendo lances ousados
como a retirada do best-seller
Paulo Coelho da editora Rocco.
Entre seus autores, estão o colunista da Folha Carlos Heitor
Cony, Fernando Morais e Mario Prata.
Bolso
O outro processo é o do aumento das vendas de livros de
bolso. O segmento é liderado
pela editora gaúcha L&PM, que
em dez anos vendeu cerca de 7
milhões de exemplares de seus
quase 700 títulos.
A Companhia das Letras publicou 73 desde 2005, e a Record estreou em setembro passado com 24.
"A Martin Claret nos permitiria entrar nesse mercado com
uma escala ampla de distribuição, pois tem 2.400 pontos de
exposição. O que nos motivou
foi essa possibilidade de ter de
pronto uma estrutura voltada
para esse nicho", explicou Roberto Feith.
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