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CRÍTICA RESTAURANTE
Biondi aposta em clima acolhedor
Apoiada na cozinha clássica italiana, casa serve pratos atraentes, mas de confecção desigual
JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA
Cozinha italiana clássica
em ambiente moderno e acolhedor: parece ser por aí a intenção dos criadores do restaurante Biondi, que abriu as
portas no mesmo local que já
foi do Clo e do e.a.t., no Itaim.
Embora o imóvel seja o
mesmo e suas divisões internas não tenham mudado, a
nova casa tem decoração
mais calorosa, marcada por
revestimentos de madeira de
demolição e que, durante o
dia, beneficia-se da luz natural dos janelões e, à noite, torna-se mais intimista.
O projeto nasceu das mãos
do empresário Bruno Previato, 29, que, depois de estudar
hotelaria na Suíça, passou os
últimos 11 anos trabalhando
no ramo na Europa. E, uma
vez de volta, juntou-se ao cunhado e ator Caco Ciocler, 39,
como sócio-investidor, para montar o Biondi.
A equipe se completa com
a contratação de um chef de
cozinha italiano, Rodolfo de
Santis, conhecido de Bruno
da época em que trabalharam juntos, seis anos atrás,
no hotel Four Seasons de Genebra (Suíça), e que hoje é
casado com uma brasileira.
Nascido na Puglia e crescido em Milão, o chef esteve,
nos últimos anos, no La Pergola, em Roma, onde o alemão Heinz Beck conquistou
a cotação máxima (três estrelas) no "Michelin".
Sendo os dois amigos
grandes admiradores de
Beck, foi a sua cozinha clássica italiana, executada com
delicadeza e bela apresentação, que inspirou a concepção do Biondi. Os pratos de
fato são atraentes, mas de confecção bem desigual.
Para ir de um extremo a
outro, há o bacalhau confitado com brandade e purê de
grão-de-bico: é uma peça linda, imponente, mas virtualmente incomível (se o confit
sugere algo lentamente amaciado na gordura, aqui ele é o oposto, seco e salgado).
Na outra ponta, temos a
massa recheada tortelli de rabada "alla vacinara" (tradicional prato de rabada romano, aqui usado como recheio) com queijo pecorino
em que a massa é sedosa e
tanto recheio quanto molho
se completam e enchem a boca. Coisa que nem todas as
massas do cardápio fazem
(os fagottelli de queijo burrata e espinafre com manteiga
e sálvia são bem mais fracos
que, por exemplo, os ravioloni de lagosta, manteiga de
crustáceos, limão siciliano e
hortelã, mais instigantes).
CARDÁPIO BREVE
Sendo jovem a casa (embora já bem agitada de público), o cardápio ainda é breve
e promete se estender. Mas já
tem itens interessantes, como a caprese Biondi (mussarela de búfala, espuma de
manjericão e tomate-pera) e
o risotto de açafrão, rúcula e
tartar de robalo -não estivesse cozido à exaustão, seria um grande destaque.
Na seção de carnes, o coelho "alla cacciatora" com
mil-folhas de batata com
alho-poró não vem na forma
tradicional dos pratos toscanos à caçadora (cozido de pedaços de carne no molho de
legumes), mas com o coelho
montado numa peça só, de bela apresentação.
Entre as sobremesas, um
bom tiramisù, servido em taça de martini, ladeia uma
mousse de chocolate branco
com manjericão e framboesa, entre as quatro opções.
josimar@basilico.com.br
BIONDI
ENDEREÇO r. Pedroso de Alvarenga, 1.026, Itaim Bibi, tel. 0/xx/11/3078-5273
FUNCIONAMENTO de seg. a sex., das 12h às 15h e das 19h à 0h30; sáb., das 13h às 16h e das 19h à 0h30
AMBIENTE pequeno e moderno, revestido de madeira antiga
SERVIÇO atencioso, com presença direta do proprietário
VINHOS bom destaque para Itália, mas também atenção para França e um giro por outros países
CARTÕES A, M e V
ESTACIONAMENTO com manobrista, R$ 15
PREÇOS entradas, de R$ 24 a R$ 34; principais, de R$ 34 a R$ 58; sobremesas, de R$ 14 a R$ 16
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