Apresentação faz parte da turnê do mais recente CD do grupo, que une baladas melódicas ao sarcasmo inglês

O vocalista e guitarrista Kelly Jones comenta as influências da banda e a recente morte do ex-baterista Stuart Cable

CARLOS MESSIAS
DO "AGORA"

Em 1999, quando as paradas do Reino Unido ecoavam reminiscências dos álbuns mais recentes de Oasis e The Verve, o Stereophonics, do País de Gales, pegou todos desprevenidos com seu segundo álbum, "Performances and Cocktails".
O grupo evocava a pegada garageira vista no grunge -movimento ao qual o britpop se contrapôs- e recuperava a tradição sarcástica do rock inglês. Sem abrir mão de baladas melódicas (como "Just Looking").
"Amo Bowie, The Kinks e The Jam, mas cresci escutando Led Zeppelin, Lynyrd Skynyrd e AC/DC e fui muito influenciado por Soundgarden e Pearl Jam", explica o vocalista e guitarrista Kelly Jones, por telefone.
Onze anos e cinco discos depois, o filho bastardo do britpop se apresenta em São Paulo, dia 18 deste mês, no Citibank Hall. O show faz parte da turnê de "Keep Calm and Carry On" (2009), seu mais novo álbum.
"Iremos tocar cerca de 60% do novo disco e uma seleção de hits dos últimos dez anos. Será um set de alta voltagem, com muito rock."
Habituado a encabeçar festivais europeus, o quarteto tem a reputação de fazer performances intensas.
"Nossa maior excitação é tocar ao vivo", expõe.
Além do palco, a banda tem um caso de amor com o balcão. Tanto que os vocais ríspidos de Jones são frequentemente associados ao consumo de uísque.
As afinidades etílicas dos músicos renderam um episódio infeliz. O ex-baterista Stuart Cable, demitido em 2003, foi encontrado morto em junho deste ano.
Segundo o laudo médico, divulgado há duas semanas, o músico se asfixiou com o próprio vômito enquanto dormia, após 72 horas de consumo de álcool.
"Sua morte foi um choque.
No dia do funeral, iríamos nos encontrar para tomar um chope", recorda Jones.