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HQ
Personagem criado pelo biólogo Fernando Gonsales atinge a maioridade, "desafia" Mickey Mouse e ganha compilação de tiras
Níquel Náusea chega aos 18 menos raivoso
ALEXANDRA MORAES
DA REDAÇÃO
A maturidade conferiu a Níquel
Náusea, 18, um corpinho azul,
mulher, dezenas de filhos, mais
amigos e menos raiva da vida
-mas não de Mickey Mouse.
Criado por Fernando Gonsales
em 1985, o rato "nasceu de parto
normal com mais 14 irmãos".
"Escolhi um rato para a tira porque os ratos vivem no mundo dos
humanos sem pedir licença. Acho
legal isso", diz Gonsales, que lança
hoje, no Centro Cultural São Paulo, o livro "Nem Tudo que Balança Cai", uma coletânea de tirinhas
"feitas há uns seis, sete anos".
Desde o seu início, quando venceu um concurso de quadrinhos
na Folha e começou a ser publicada, a tirinha sofreu algumas mudanças. Níquel, então bastante bilioso, ganhou um tom mais suave,
outros traços (já é quase um bípede), e mais personagens entraram
nas histórias. "Acho que quem
mudou também fui eu, e isso acaba refletindo na tira", afirma Gonsales, 42. Mas as cores que a impressão ganhou ajudaram a mudar o Níquel? "A cor na tira não
foi determinante para mudar o
temperamento do rato, que já estava em processo de relax."
E o Mickey Mouse? O papel do
Níquel Náusea é o de se contrapor
ao personagem da Disney? "O Níquel é uma ratazana de esgoto e
não deve ser confundido com um
reles camundongo que usa trajes
de cores berrantes", brinca. "O
Níquel nutre uma ponta de inveja
do sucesso do seu parente ianque
e gosta de avacalhar o primo."
Gonsales é biólogo e veterinário. Não por acaso, pelas páginas
do livro surgem surpresas do
mundo animal, como a joaninha
"macho pra caramba". "As características de cada bicho são meio
caminho andado para uma tira.
Porco, por exemplo, é um caso sério. Gordão, enlameado, solta
sons estranhos. E posso fazer piada com os três porquinhos."
NÍQUEL NÁUSEA: NEM TUDO QUE
BALANÇA CAI. De: Fernando Gonsales.
Lançamento hoje, às 19h, na Gibiteca
Henfil - CCSP (r. Vergueiro, 1.000, SP, tel.
0/xx/11/3277-3611, r. 247).
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